Além de ter que contornar os problemas de mobilidade em função da paralisação no transporte coletivo de Florianópolis, desde a 0h desta segunda-feira, os passageiros de ônibus também precisaram lidar, nesta manhã, com a falta de veículos alternativos em quantidade suficiente para todos os roteiros. Apesar da promessa feita pela Secretaria Municipal de Transportes e Terminais (SMTT) de que 400 vans e ônibus escolares estariam liberadas para circular, passageiros reclamaram da dificuldade de encontrar forma para chegar ao destino.

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É o caso do monitor Guilherme Mello, de 20 anos, que estava em Canasvieiras e precisava chegar na Barra da Lagoa, no Leste da Ilha. Ele conta que precisou esperar mais de uma hora para conseguir uma carona até o Centro e depois tentar transporte até o trabalho.

– Fiquei esperando perto do Terminal de Canasvieiras por 1h15min até conseguir uma carona com uma pessoa que ia até o Centro e aí precisei esperar mais 30min para ir até o meu trabalho – explica.

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A cozinheira Michele Regina Gonçalves, 30, também enfrentou dificuldades para sair do Bairro Ingleses e ir até Ipiranga, em São José.

– Quando cheguei no Centro não encontrei nenhuma van para lá. Todos me falaram que só iriam até o Estreito e de lá eu teria que me virar.

Ela e o filho Gabriel Leite Gonçalves, 13, acabaram pedindo uma carona para poder chegar mais perto do destino.

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Contraponto:

Segundo o secretário João Batista Nunes, da SMTT, foram liberadas 400 vans e ônibus que fazem o transporte escolar para servirem de alternativa à paralisação dos ônibus.

– Estamos trabalhando de forma precária, com base em uma força-tarefa desenhada na última sexta-feira. Não temos como garantir horários ou quantidade de vans para cada destino.

Sobre a falta de transporte alternativo para as cidades da Grande Florianópolis, o secretário esclarece que não tem condições de aplicar regras para outros municípios.

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Problemas no trânsito:

Via Expressa ficou totalmente congestionada

Foto: Charles Guerra / Agência RBS

A greve nos ônibus agravou os congestionamentos entre o Continente e a Ilha. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), além da via expressa, a BR-101 também teve lentidão. As filas foram registradas nos dois sentidos. Afetou trechos de Palhoça e de Biguaçu, ambos na direção de São José.

Na Ilha, vias como a Beira-Mar e a SC-401 também registraram lentidão maior na comparação com dias sem greve no transporte coletivo.

Próximo ao terminal da Lagoa da Conceição, a fila em direção a região central da cidade estava maior do que o registrado normalmente. A lentidão no tráfego exigiu ainda mais paciência de quem precisava chegar ao Centro.

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>>> Em GALERIA, veja fotos dos congestionamentos em Florianópolis

Fique atento ao serviço para tentar driblar os trantornos:

:: Serviço de Transporte Especial

Funcionamento:

— Cinco bolsões de transporte alternativo serão criados na região central de Florianópolis.

— A frota, de 430 veículos, será composta por ônibus, micro-ônibus e vans já cadastrados pela prefeitura para turismo e transporte escolar.

— Nos bairros, os passageiros vão embarcar e desembarcar nos pontos de ônibus. Os terminais de integração estarão fechados.

:: Regiões atendidas

– Área central, Continente, Norte da Ilha, Leste da Ilha e Sul da Ilha.

:: Percurso

– Os veículos vão percorrer o mesmo trajeto do transporte coletivo e estão orientados a parar em todos os pontos de ônibus que tenham passageiros.

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:: Preço da passagem

– R$ 4 para a área central da cidade, que vai do Centro ao Norte, até o Floripa Shopping, ao Leste até o Itacorubi e ao Sul até o aeroporto.

– R$ 5 para as outras regiões.

:: Horário de circulação

– Das 5h às 20h.

– Após esse horário, os veículos só vão circular se houver demanda.

Fonte: Secretaria Municipal de Transportes, Mobilidade e Termina

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Sobre a greve:

Em assembleia feita na noite deste domingo os trabalhadores do transporte público da Grande Florianópolis mantiveram a decisão de paralisar as atividades a partir da 0h desta segunda-feira. A paralisação deve durar 24 horas. Uma nova reunião no fim da tarde desta segunda-feira discute os rumos do movimento. Na quinta-feira, em três assembleias, a categoria já havia decidido pela greve.

O encontro deste domingo – em que compareceram cerca de 2 mil trabalhadores – foi marcado depois que as empresas propuseram ganho real de 2% diante do pedido de 5%. Além disso, eles ofereceram reajuste no vale-refeição, de R$ 380 para R$ 410.

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Como não propuseram nada sobre a redução da carga horária de 6h40min para 6h, a maioria dos trabalhadores decidiu manter a decisão.

O que querem os trabalhadores

::: Aumento salarial com base no INPC e mais 5%.

::: Redução da jornada de trabalho de 6h40min para 6h, sem redução salarial.

O que diz o Setuf

::: A diminuição da carga horária é inviável, pois exigiria a contratação de mais funcionários, e as empresas não podem arcar com o custo, que teria impacto no preço da passagem.

::: A prefeitura já sinalizou que não vai mais autorizar aumento de tarifa.

Em mapa, veja onde ocorreram transtornos com a greve:

Visualizar Paralisação do transporte urbano de Florianópolis em um mapa maior