A falta de sono altera o funcionamento de centenas de genes relacionados com a inflamação, o sistema imunológico e a resposta do corpo ao estresse, revelou um estudo britânico publicado nesta terça-feira nos Estados Unidos.
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Outros estudos já tinham demonstrado que a falta de sono pode estar relacionada com a obesidade, as doenças cardíacas e deficiências cognitivas, mas não se conhecia o mecanismo molecular, informaram os autores da pesquisa publicada nas Atas da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (PNAS).
Para este estudo, os cientistas, entre eles Carla Möller-Levet, da Escola de Ciências Médicas da Universidade de Surrey (Reino Unido), recrutaram 26 voluntários. Eles deviam dormir menos de seis horas por noite durante uma semana e mais de nove horas por noite durante a semana seguinte. Para um adulto, uma noite normal de sono tem de sete a oito horas.
Depois de cada uma destas duas semanas, foi extraída uma amostra de sangue de cada participante. Uma análise do ácido ribonucleico (ARN), molécula quimicamente muito similar ao DNA, mostrou que a falta de sono causou efeitos no funcionamento de 711 genes. Além disso, o número de genes cuja atividade está normalmente no máximo durante todo o dia passou de 1.855 para 1.481, debilitando-se a amplitude da expressão de outros genes.
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Os cientistas também descobriram que o número total de genes afetados pela falta de sono foi sete vezes maior depois de uma semana de noites curtas.
Cerca de 40,6 milhões americanos economicamente ativos (30%) dormem seis horas ou menos, em média, segundo a agência federal dos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC).