Entre os obstáculos para a contratação de pessoas com deficiência está a falta de qualificação. Para a selecionadora da Orcali Recursos Humanos, Janaína Soares Santos, a maioria dos profissionais disponíveis não é capacitada e as indústrias querem que o candidato já tenha experiência. Na agência há duas vagas abertas para portadores de necessidades especiais.

Continua depois da publicidade

– É bem difícil preencher esses cargos, porque as empresas exigem ensino médio completo e alguma experiência. Demora um mês ou mais para conseguir – observa.

A auxiliar administrativo da Associação dos Deficientes Físicos da Foz do Itajaí (Adefi), Nádia Borges, intermedeia o contato das empresas com os cerca de 800 associados. Para ela, não tem muitas dificuldades de mão de obra, o problema está nas exigências.

– A demanda por profissionais varia. Às vezes tenho currículo, mas não tem vaga, ou então acontece o contrário. Também tem empresas que só procuram quando a fiscalização começa a ir para cima deles – justifica.

Nádia conta que também há preconceito para contratar algumas pessoas, em função do tipo da deficiência, como os cadeirantes, por exemplo.

Continua depois da publicidade

No balcão de empregos da Secretaria de Desenvolvimento de Itajaí há 500 vagas em aberto. Elas são oferecidas por cerca de 400 empresas, mas apenas seis são destinadas para deficientes. Conforme o diretor de geração de emprego e capacitação, Arquimedes Dauer Júnior, esse número varia. No ano passado, por exemplo, foram oferecidos 10 postos de trabalho e não tinha pessoal para preenchê-los.

– Precisa haver uma maior fiscalização do Ministério do Trabalho. Sei de empresas daqui que tem 500 funcionários e nenhum com alguma deficiência – declara.