Usuários de smartphones estão recusando o download e desinstalando alguns aplicativos após um aumento da preocupação sobre a quantidade de dados pessoais que esses programas coletam. A informação é do estudo americano Pew Internet Project, divulgado nesta semana.

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A pesquisa descobriu que 54% dos usuários de celulares que baixaram aplicativos nos EUA decidiram não instalá-los quando se deram conta da quantidade de informação pessoal que necessitavam fornecer para usá-los. Além disso, cerca de 30% dos usuários de aplicativos desinstalaram um dos programas que já estava funcionando em seu celular ao descobrir a quantidade de informações pessoais que ele armazenava ou que eles não queriam compartilhar.

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O estudo Pew Internet mostrou que tanto os usuários de Android como os de iPhone eram igualmente propensos a apagar ou evitar aplicativos devido ao medo sobre a informação pessoal que eles guardam.

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O jornalista Lucas Stefanello, de Florianópolis, gosta de acompanhar todas as novidades em aplicativos para o smartphone Samsung S2 e o iPod Touch que possui. Tudo o que é lançado, ele faz questão de adquirir, nem que seja só para testar. Por semana, Lucas baixa, em média, 10 aplicativos. Mas a curiosidade do jornalista também tem tropeçado na preocupação com a privacidade e segurança. Quando o download do aplicativo exige muitas informações, ele desiste de continuar.

Flávio reclama que fornecer os dados pessoais nem sempre é uma opção dos usuários:

– Ou autorizo o acesso às minhas informações, ou deleto o aplicativo.

O advogado especializado em tecnologia Júlio Santiago afirma que as empresas estão buscando ser mais transparentes e algumas começaram a separar as cláusulas nos compromissos de adesão. Do lado de cada uma, aparece a caixinha com a opção de aceitar ou não. Santiago afirma que, no entanto, essa transparência não é a realidade da maioria.

O advogado acrescenta que, para o Direito, a internet ainda é um mundo novo. Mas que a compra ou o download de um aplicativo, por exemplo, é uma relação de cliente e empresa, que é analisada pela Justiça dentro do Código de Defesa do Consumidor.

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