A redução dos horários dos ônibus de Florianópolis tem gerado problemas para os trabalhadores que precisam chegar cedo nas empresas ou precisam sair à noite ou de madrugada. Após as 23 horas, não há mais transporte coletivo.

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Essa situação tem gerado uma queda de braço entre o Sindicato do Trabalhadores do Comércio de Florianópolis e algumas empresas. O motivo tem sido as constantes ameaças de desconto caso o funcionário chegue atrasado ou precise sair mais cedo para conseguir condução.

-A corda está arrebentando do lado mais fraco, nos trabalhadores. Tivemos que intervir na ameaça de descontado-, destaca o presidente do sindicato, José Roberto da Silva.

Todos os dias, o presidente tem recebido dezenas reclamações. As principais são dos funcionários os supermercados que não conseguem ônibus para chegar antes das 6h no local ou dos shoppings, que são obrigados a ficar até 22h.

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-Tem empresa que já deu advertência. Mas os trabalhadores não tem culpa e ainda terão que pagar as horas-, comenta.

Caso a situação se mantenha até semana que vem, o sindicato irá procurar o Ministério Público para intervir.

Já para quem trabalha em bares, restaurantes e hotéis, a situação não está tão tensa, segundo o Sindicato dos Trabalhadores. O presidente, Anésio Schneider, destaca que até agora foram poucas reclamações. Apenas três trabalhadores ligaram para o sindicato pedindo ajuda quando os patrões exigiram que chegassem exatamente no horário, mesmo sem ônibus.

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-Foi pouca coisa. Muita gente colocou van, carros a disposição. Estamos mantendo contato com as empresas-, afirma.

Para os comércios, a situação também não tem sido simples. Segundo o diretor de relações públicas e de polícia da Câmara dos Dirigentes Lojistas, Osmar Silveira, o jeito para resolver o impasse está sendo locar vans, táxis ou organizar caronas.

-Transtorno sempre tem, mas estamos fazendo todo esforço para que haja gente circulando. Tivemos um aumento de despesa e decréscimo de clientes. Mas nossa intenção não é parar. De forma geral, todos estão sendo afetados-, desabafa.

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O dono da Cantina Di Bernardi, Alexandre Di Bernardi, e consultor da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Santa Catarina (Abrasel), destaca que só no restaurante dele, a queda foi de pelo menos 20% na circulação dos clientes. Ele também tem lidado diariamente com o estresse de cuidar da volta para casa de 22 funcionários.

-Está dando transtorno. Estamos dando carona ou liberando mais cedo. Está atrapalhando-, diz.

Até agora, a Abrasel não fez uma reunião com todos os comércios para ver como está a situação. Mas se não houver mudanças nos horários até semana que vem, a associação vai tentar de algum jeito pressionar os órgãos públicos para que liberem pelo menos duas linhas de madrugada: 1 hora da manhã para os restaurante e outra às 3 horas para os bares. Mas a expectativa é de que os horários voltem ao normal antes do Carnaval.