As alterações nos horários de ônibus e ameaça de paralisação feita pelo sindicato dos trabalhadores do transporte coletivo em Florianópolis por causa da onda de ataques mudaram as rotinas de quem trabalha no comércio, no setor hoteleiro e de bares e restaurantes, e causaram a indignação da classe empresarial.
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Para o diretor de Assuntos Públicos da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) da Capital, Osmar Silveira, a população, que já sofre com a sensação de insegurança na cidade, acaba sendo penalizada com a falta de transporte. Silveira citou como exemplo a paralisação feita durante essa semana, no mesmo dia em que os estudantes voltavam às aulas.
– Como ficam esses pais em casa com as crianças na rua. Toda vez que isso acontece a gente está transferindo para a população o problema. Nós estamos reféns dos bandidos e ai a população fica refém também do transporte coletivo – avalia.
Ele diz que o comércio vai se manter aberto enquanto puder porque considera que fechar seria uma forma de contribuir ainda mais para a sensação de insegurança.
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Na opinião do empresário e diretor financeiro da Associação Comercial de Industrial de Florianópolis (Acif), Jaime Ziliotto, é compreensível a situação dos trabalhadores do transporte coletivo, mas isso não justifica a paralisação.
– Desaprovo totalmente porque acredito que esse não é o jeito certo de fazer a reivindicação – afirma.
O presidente da Associação Comercial e Empresarial da Região Metropolitana de Florianópolis (Aemflo), Tito Schmitt, considera que todos os envolvidos querem faturar politicamente com os últimos acontecimentos. Mas a principal indignação de Schimtt é com a demora por parte das autoridades:
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– Deixaram se passar quase três semanas para tomar atitudes que deveriam ser tomadas lá atrás.
Além das mudanças nas rotinas da população, a restrição nos horários de ônibus vem causando prejuízo à economia da cidade. De acordo com levantamento da Fecomércio-SC, a queda no faturamento do setor é um dos problemas. Somado a isso, os empresário precisam gastar mais com transporte para funcionários que dependem de ônibus nos horários que foram suspensos.
É o caso da rede de supermercados Imperatriz, que alugou carros e vans para o serviço. Segundo Valmir Voges, supervisor regional, o custo dos alugueis chega a 50% a mais do que se gasta com vale-transporte.
– Estamos torcendo para que acabe logo. Não é algo que a gente pode atuar diretamente. Apenas cobrando das autoridades – diz o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL), Sérgio Medeiros.
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Para o presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Florianópolis, Tarcísio Schmitt, o problema é gravíssimo. Ele diz que há funcionários chegando atrasados ou mesmo faltando ao serviço por causa da situação de anormalidade no transporte coletivo.
– É uma coisa jamais vista no Brasil, um absurdo o que está acontecendo em Florianópolis – afirma.