A falta de fórmulas nutricionais para crianças com alergia à proteína do leite da vaca provoca indignação para ao menos 213 famílias em Joinville. Isso porque desde novembro de 2021 a prefeitura parou de distribuir o produto para a maioria dos que precisam (apenas 16 o recebem regularmente), o que fez com que mães e pais buscassem soluções alternativas e até diminuíssem o consumo do nutriente para os pequenos.
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Uma das pessoas que precisam da fórmula nutricional é a autônoma Bianca Indianara. Em entrevista à NSC TV Joinville, ela conta que a filha de cinco meses tem a alergia (chamada de APLV) e possui a prescrição médica de 10 latas mensais.
Cada uma dessas latas custa R$ 235, o que acaba pesando no bolso da família.
— Desde novembro nós recebemos a informação nos postos de saúde de que havia acabado o contrato com a empresa que fornecia os leites e nos informaram que não tinha previsão [de receber novos lotes]. Entrei em contato com algumas pessoas e nos disseram que em janeiro já estaria normalizado o estoque. Nós estamos em fevereiro, já indo para o terceiro mês nessa situação dificílima.
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Bianca alega que está diminuindo o consumo de leite para a filha por causa do problema. Outra mãe que reclama da falta de assistência da prefeitura é a operadora de produção Débora Alves, que não tem condições de bancar o nutriente para o filho de 10 meses.
— Até agora nem a prefeitura, nem a secretaria da saúde, ninguém tem uma resposta para dar para nós pais, que temos filho que tem alergia a leite. Tem pais que não têm onde tirar e não têm o que fazer se o filho só toma aquele leite — contesta.
A APLV, ou Alergia à Proteína do Leite de Vaca, é um problema que atinge principalmente os recém-nascidos, podendo provocar falta de apetite, dificuldade de digestão, ferimentos na pele, baixo ganho de peso, entre outros. Para resolver o problema, a ingestão de produtos com essa proteína tem de ser zerado, já que até pequenas quantidades podem desencadear crises.
Por conta do alto custo das latas com a fórmula nutricional que supre as necessidades das crianças, há um programa que entrega o produto de graça, cuja distribuição é de responsabilidade das secretarias estaduais de saúde. Para ter acesso, é preciso um atestado médico do pequeno ou da pequena, além do preenchimento de um cadastro que deve ser feito junto ao SUS.
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Dúvidas podem ser tiradas junto à unidade de referência de cada bairro.
Contraponto
Em resposta às reclamações, a prefeitura de Joinville afirma que a fórmula é distribuída gratuitamente para o total de 16 crianças, e que a Secretaria de Saúde está em processo licitatório para adquirir o produto e regularizar o fornecimento. A prefeitura revelou que a mesma licitação já foi aberta três vezes, mas não houve fornecedores interessados na licitação.
Com informações da NSC TV Joinville
Sob supervisão de Augusto Ittner
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