Abra a carteira, conte quantas moedas estão guardadas e reflita: há quanto tempo você não compra nada juntando os trocados? Manter as moedas fora de circulação pode gerar problemas como as filas que se formam em horários de pico no Ticen nos últimos dias. A passagem de ônibus custa R$ 3,90, mas são poucos os usuários que levam o dinheiro contado.
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O cozinheiro Valdir de Souza, 37 anos, sempre carrega moedas para usar no transporte coletivo. Ele já pegou fila na hora de pagar a passagem, por isso, não deixa de levar os trocados.
— Não gosto de guardar as moedas. Uso sempre — afirma.
Já o instalador Luiz Fernando de Farias, 40 anos, prefere trocar no comércio. Para ele, é mais prático ir a uma farmácia ou loja do que carregar as moedas todo dia na carteira.
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Na bilheteria, os cobradores, contam que esse é um problema que envolve principalmente moedas de R$ 0,05 e R$ 0,10. Carlos Estevão, 37 anos, diz que elas estão desaparecendo. O cobrador acredita que as pessoas as esquecem em casa ao invés de coloca-las em circulação. Para ele, isso prejudica não apenas o transporte, mas o comércio em geral.
Cata Moedas
Uma forma de conseguir mais moedas para colocar em circulação é o Cata Moedas na entrada da plataforma B do Ticen. A máquina imite um comprovante que pode ser usado na compra de créditos, pagamento da passagem das linhas municipais de Florianópolis ou ainda revertida em dinheiro. A troca é feita na bilheteria da própria plataforma B ou no Passe Rápido. Não é descontada nenhuma taxa e também não precisa ser usuário do transporte coletivo.
Adilson de Lima, de 25 anos, gostou tanto da máquina que já trocou as moedas várias vezes. Ele conta que sempre guarda as moedas, agora, achou uma forma mais prática de trocá-las.
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De acordo Rodolfo Guidi, coordenador técnico do Consórcio Fênix, a máquina Cata Moeda foi instalada antes do Carnaval e ainda é uma experiência piloto. Segundo ele, é a primeira vez no Brasil que é instalado um equipamento como esse em um terminal de ônibus. Na próxima semana, ele afirma que deve ser feita uma panfletagem, anúncios nas linhas mais movimentadas, além de colocados cartazes nos terminais e no site do consórcio orientando para que mais moedas sejam usadas na hora de comprar passagem. Guidi sugere que as pessoas recarreguem os cartões para agilizar o embarque.
— O Consórcio Fênix estimula o usuário do transporte coletivo e reforça que ao fazer a compra antecipada de crédito há o benefício de valores menores na tarifa. Além disso, ele fica livre das filas nas bilheterias e também pode embarcar nos ônibus de forma mais ágil — explica o coordenador técnico.
Dinheiro que some
As moedas são importantes não apenas para quem passa pelo Ticen. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) estima que os brasileiros guardem em casa, ou simplesmente percam, um em um ano, um terço das moedas produzidas pelo Banco Central. Isso significa que o governo precisa gastar mais para colocar troco na rua. Quem não coloca as moedas em circulação também perde com a desvalorização do dinheiro com o passar do tempo. A melhor forma de evitar isso é quebrar o cofrinho.
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