A falta de médicos no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, em Florianópolis, será investigada pelo Ministério Público Federal (MPF). A situação na unidade foi alertada pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-SC), que encaminhou um relatório sobre a preocupação com ausência de pessoal, o que pode prejudicar o atendimento. 

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Segundo a assessoria do MPF, a denúncia já foi distribuída para um procurador e será analisada dentro de uma investigação do órgão.

O CRM-SC alega que especialidades como pediatras, obstetras e ginecologistas estão em falta. Ainda cita que relatórios da instituição indicam problemas nas escalas no setor de urgência e emergência em pediatria e da UTI neonatal. A situação – categorizada como “grave” – foi observada pelo conselho durante ações de vistoria ao hospital. 

“Percebemos, durante a fiscalização, que as escalas médicas mensais do Serviço de Obstetrícia (urgência, emergência, centro obstétrico e enfermaria) permanecem incompletas ou são preenchidas de última hora”, afirma o relatório entregue ao MPF durante uma reunião na segunda-feira (19). 

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Um dos cenários relatados no documento é a suspensão dos serviços ambulatoriais ou mesmo as cirurgias obstétricas eletivas para completar a escala de Urgência e Emergência.

O Hospital Universitário é administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), que deve garantir a presença de profissionais em número adequado ao bom funcionamento dos serviços.

No início de setembro, a decisão de não ter mais a “porta aberta” para grávidas em Florianópolis já preocupava o conselho. 

Após a fiscalização, o hospital foi notificado sobre a necessidade da contratação de pessoal para o cumprimento das escalas na obstetrícia, na ginecologia e na pediatria. O documento também indicou a necessidade de “garantia do médico diarista/rotineiro para a UTI neonatal nos finais de semana”.

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Reitor da UFSC vai a Brasília para acelarar contratação

Para tentar acelerar a contratação de 14 novos médicos em regime emergencial, o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Irineu Manoel de Souza, reuniu-se em Brasília com o presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que é vinculada ao Ministério da Educação. 

O reitor obteve a promessa de que a empresa vai aumentar o repasse de verbas do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf) ao hospital até o fim de 2022.

A reunião com o presidente da autarquia, Oswaldo de Jesus Ferreira, ocorreu na última quinta-feira (15).

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