Sessenta dias depois de o diretor do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, Renato Castro, criticar duramente o setor de recursos humanos da Secretaria de Estado da Saúde e pedir solução para o déficit de médicos da unidade, parte do problema continua. Esse havia sido o prazo dado pela secretaria para resolver a situação que dura anos e impede o total funcionamento do Regional de Joinville. Apesar de contratações terem possibilitado a reabertura de dez dos 20 leitos de UTI, falta gente para manter o pronto-socorro aberto 24 horas por dia.
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Há possibilidade de normalizar o quadro de médicos do pronto-socorro (PS) nas próximas semanas. Foi chamada nova leva de aprovados no último concurso público, de abril. Atualmente, não há clínicos nos plantões do fim de semana e a unidade de emergência funciona em dias úteis com metade da equipe necessária.
Castro suspira parcialmente aliviado com a reabertura dos leitos de UTI desativados gradualmente a partir de junho.
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– Agora está 100% -, diz.
Mas ainda há a brecha dos clínicos do PS. Segundo ele, do concurso, restam apenas endocrinologistas e cirurgiões para serem convocados. Um grupo está em fase de contratação, que envolve prazos de até 60 dias para entrega de documentos e desistência.
– Há número significativo de profissionais que abrem mão -, destaca.
Os aprovados eram a aposta da Saúde para cumprir o prazo prometido em junho.
Mesmo com tantos entraves, Castro espera contratar dois enfermeiros, um anestesiologista, quatro cardiologistas, um clínico, dois endocrinologistas, um técnico administrativo, quatro de enfermagem e um farmacêutico. A intenção é fechar a escala para que o PS funcione nos fins de semana e o restante da rede pública não seja sobrecarregado.
Novo concurso
Pensando no déficit e nos profissionais prestes a se aposentar, Castro cogita novo concurso para tentar resolver um dos problemas que o hospital enfrenta (veja quadro). Mas o secretário de Saúde, Dalmo de Oliveira, negou comprometimento com edital em 2012.
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– É uma mera possibilidade. Não acredito que possa sair neste ano -, admite, reconhecendo haver poucos aprovados a serem chamados.
Dalmo reafirmou não haver previsão de subir salários – para Castro, o motivo para desistências em concursos. O secretário reitera que a entrega da gestão do Regional a uma organização social (OS) seria a solução. Mas esta sairá apenas se o Estado reverter uma decisão judicial que desfez o repasse do Samu a uma OS, situação que seria similar à do Regional.