Os últimos dois meses não têm sido fáceis para a dona de casa de Joinville Lindalva Gozdecki, 50 anos. Ela, que trava uma luta contra o câncer desde 2010 e desenvolveu metástase óssea, está sem fazer quimioterapia há dois meses porque um medicamento, que é essencial na fórmula de tratamento dela, está em falta no Hospital Municipal São José desde o fim de novembro do ano passado.
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O medicamento que está em falta é o docetaxel, de 20 e 80 miligramas. A última sessão de quimioterapia que ela fez foi em 26 de novembro-dona Lindalva deveria se submeter ao tratamento a cada 21 dias.
– Após essa data, me passaram que a medicação estava em falta e cada vez que eu entrava em contato diziam que estavam providenciando e até hoje estou aguardando – desabafa.
Com a interrupção do tratamento, dona Lindalva teme que a doença evolua.
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– Essas duas sessões que eu perdi é muito sério. É praticamente interromper o tratamento – disse, com a voz abatida.
Problemas com a fábrica
O gerente administrativo do hospital, André Santos Pereira, confirma que o docetaxel está em falta. Segundo ele, 13 pacientes tiveram a quimioterapia interrompida pela falta do remédio.
Ele explica que o estoque do medicamento não foi reposto no fim do ano como planejado porque a fabricante enviou um ofício ao hospital informando que suspenderia a produção por problemas internos.
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– Primeiro, que tínhamos vazão de material até dezembro e administrativamente não podemos chamar o segundo colocado (na licitação) se o primeiro ainda está habilitado – justifica.
De acordo com Pereira, a fabricante informou que até sexta-feira a remessa do medicamento será entregue.
– Eu nem acredito na possibilidade de não vir na sexta-feira, mas caso isso aconteça, vamos tomar as providências cabíveis – disse.
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