A falta de vagas de estacionamento na área central de Balneário Camboriú é um dos motivos listados pelo Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio) e pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) para a redução de 40% nas vendas dos últimos dois meses, no comparativo com o mesmo período do ano passado.

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– Claro que a crise deixa o consumidor receoso, mas temos perdido mercado para os shoppings por falta de estacionamento. O comércio de rua está sofrendo muito – afirma o presidente do Sincomércio, Hélio Dagnoni.

O dirigente argumenta que a entidade tenta articular uma reunião com o prefeito para resolver o problema. Segundo Dagnoni, o ideal seria que fossem abertas vagas nos dois lados da Avenida Brasil. O presidente da CDL, Roberto Cruz, concorda que faltam estacionamentos públicos e até mesmo privados para atender à demanda. Para o empresário, uma das soluções seria construir prédios somente com garagens.

– A Brasil é um shopping a céu aberto e o pessoal vai começar a abandonar porque não tem infraestrutura, nem acessibilidade – completa.

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Problema antigo

Gerente de uma loja na Avenida Brasil, Cláudia Loyola conta que o problema dos estacionamentos é antigo e sempre foi motivo de reclamação:

– O cliente quer ter opção para estacionar e temos poucos estabelecimentos privados. Tem gente que não consegue vir à loja por falta de vagas e acaba tendo que mudar o horário das compras.

A comerciante registrou queda de quase 50% nas vendas nos últimos dois meses e atribui a redução à crise econômica do país. Porém, relata que se existissem mais vagas o comércio se beneficiaria.

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Felipe Dilda, proprietário de um açougue na Brasil, conta que no entorno do comércio não há estacionamento rotativo. Para ele, esta seria uma boa solução para minimizar o problema da falta de vagas, já que muitos veículos ficam o dia todo ocupando o mesmo lugar.

Outros comerciantes resolveram investir em vagas de estacionamento para dar mais comodidade ao cliente.

– No verão o problema das vagas repercute negativamente, mas no inverno não é tanto. Quando um cliente reclama que demorou para estacionar, lembramos que existem duas vagas no prédio – pontua Raquel Lena, gerente de uma loja de roupas.

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Foto: Lucas Correia / Especial

Entidades criticam a criação de ciclovia

A ciclovia implantada na Avenida Brasil em janeiro deste ano também é motivo de reclamação entre os comerciantes. O Sincomércio e a CDL afirmam que a avenida não comporta a ciclovia e que foram perdidas vagas com a implantação da área para ciclistas. No entanto, a prefeitura alega que apenas quatro espaços foram retirados do local – três destinados às farmácias e um de embarque e desembarque.

– Seria uma incoerência retirar a ciclovia da Brasil. Isso é ir na contramão do mundo, queremos incentivar os meios alternativos, como a bicicleta e o transporte público – comenta o secretário de Planejamento da cidade, Fábio Flor.

Conforme o responsável pela pasta, na revisão do plano diretor a prefeitura estuda melhorias no estacionamento, como a implantação de prédios-garagem e vagas no estilo valet – em que o motorista deixa o carro para que uma pessoa estacione em outro local e depois busca no horário combinado.

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Dificuldades para encontrar vaga no Centro

Quem vive em Balneário Camboriú sabe que estacionar no Centro exige paciência. A cidade tem uma frota de 83 mil veículos. Moradora da cidade há nove anos, a administradora Morgana Frigotto conta que há 20 dias estava postergando a ida ao banco devido à falta de vagas na região central. Para encontrar espaço na Brasil percorreu quilômetros extras e gastou 10 minutos a mais no trânsito.

– Na região da Brasil e Atlântica isso sempre é um problema. Eu estou vindo desde a Avenida do Estado procurando vaga, a gente tem que esperar alguém sair para estacionar – conta.

O engenheiro Artur Lopes Ribeiro planeja aonde vai estacionar ao sair de casa. De acordo com ele, até a noite os moradores enfrentam dificuldades para encontrar vaga:

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– Já fiquei uns 10 minutos procurando, mas não deixo de ir ao lugar, nem que tenha que estacionar mais longe.