Um símbolo mostra o isolamento e a estagnação grega neste momento: o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou a suspensão de seus contatos com a Grécia até que sejam realizadas as novas eleições em 17 de junho, apesar da formação de um governo interino em Atenas.

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Até lá, o berço da democracia está virtualmente paralisado.

Enquanto a data não chega, os cofres do Tesouro minguam e os gregos correm para retirar seu dinheiro dos bancos temendo a saída do país da zona do euro. No momento em que o país deveria apresentar um cronograma de reformas para receber o pacote de US$ 130 bilhões definido em março pela União Europeia e o FMI, os gregos esperam. E o mundo pressiona.

O porta-voz do FMI, David Hawley, descartou o governo provisório empossado na quarta-feira como interlocutor. O juiz Panayotis Pikramenos, que assumiu como primeiro-ministro interino e deu posse a 16 ministros, não terá poderes para decisões políticas – sua missão é manter o funcionamento das instituições até as eleições. O Executivo não deverá emitir decretos e todas as licitações estão suspensas.

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Na quinta, a agência Fitch baixou a nota de qualificação da dívida da Grécia, de B- para CCC (um dos níveis mais baixos antes do calote), o que demonstra o elevado risco de o país não se manter como membro da União Econômica e Monetária.

Apesar das ameaças da União Europeia de que a Grécia será empurrada para fora da zona do euro se desistir das reformas, o partido de esquerda radical Syriza, contrário às medidas de austeridade firmadas nos compromissos internacionais, é apontado como o favorito. Na quinta, o líder do Syriza, Alexis Tsipras, afirmou que, se Atenas seguir o receituário da UE, viverá o “inferno”. Porém, ele também prevê um “pesadelo” se a nação perder a moeda comum. Ele alega que a operação de ajuda não garantiu uma recuperação, mas jogou o país na pior recessão desde a II Guerra Mundial.