A volta às aulas presenciais em Florianópolis acontece de forma gradativa entre 24 de março e 9 de abril. Porém, de todas as escolas e creches da Capital, apenas oito retornaram às atividades nesta quarta-feira. As demais aguardam a entrega de EPIs pela prefeitura. Enquanto isso, o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem) se mobilizou e anunciou greve dos servidores da educação devido à situação caótica de Santa Catarina e o despreparo das autoridades.
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As aulas da rede municipal de ensino estão acontecendo desde o dia 10 de fevereiro. O retorno presencial estava previsto para 10 de março, mas foi adiado para o dia 24 do mesmo mês. As unidades têm autonomia para retornar ao presencial até o dia 9 de abril. Os pais, por sua vez, podem escolher se seus filhos continuam estudando de forma remota ou se migram para o presencial.
Em contraposição, os trabalhadores da educação se unem em greve e reivindicam alguns pontos para o retorno às aulas presenciais. Via assessoria, o sindicato disse que defende a vida e as condições de segurança sanitária. Por isso “pede indicadores epidemiológicos que apontem ao controle da pandemia como testagem em massa, calendário de vacinação aos trabalhadores da educação, equipamentos de proteção individual (EPI) para todos, estrutura adequada nas unidades e ampliação das equipes”, explica o Sintrasem.
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A Secretaria de Educação informou que as famílias precisam entrar em contato com a creche ou escola para saber a situação da unidade (acesse aqui o telefone das escolas e das creches). Nenhuma escola retornou ao sistema presencial nesta quarta, porém oito creches retomaram os seus trabalhos, segundo a secretaria:
NEIM CELSO RAMOS, na Prainha
NEIM COQUEIROS, em Coqueiros
NEIM DONA COTA, no Abraão
NEIM JARDIM ATLÂNTICO, no Jardim Atlântico
NEIM MACHADO DE ASSIS, em Capoeiras
NEIM MARIA BARREIROS, na Coloninha
NEIM NAGIB JABOR, no Estreito
NEIM PAULO MICHELS, no Sapé
Retorno presencial sem alunos
Duas das oito creches que sinalizaram o retorno presencial, informaram que a unidade está trabalhando normalmente e aguardando os alunos. Até agora, as famílias preferiram manter as crianças em casa devido à situação da pandemia em Santa Catarina.
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O NEIM Paulo Michels voltou aos trabalhos presenciais nesta quarta, mas nenhum aluno compareceu. A diretora Rosana Réus disse que as famílias optaram por manter seus filhos em regime remoto, na segurança de suas casas. Segundo ela, 88% do quadro de servidores da creche aderiram à greve dos trabalhadores da educação, mas continuam lecionando de casa para os alunos que estão no regime remoto. Ao todo, as 47 crianças da creche estão estudando de casa.
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No NEIM Nagib Jabor aconteceu o mesmo. A creche, que possui cerca de 230 alunos, retornou suas atividades nesta quarta (24), mas nenhuma família que havia sinalizado o retorno, compareceu na unidade. Os servidores ainda não tomaram uma posição quanto à greve e aguardam assembleia do Sintrasem para decidirem as próximas ações.
As demais creches que, segundo a secretaria da Educação, retornam às aulas nesta quarta, não atenderam ou não quiseram passar mais informações à reportagem.
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Falta de EPIs
Cinco creches contatadas pela reportagem afirmaram que não retornaram ao regime presencial nesta quarta por falta de EPIs. As unidades aguardam o recebimento desses equipamentos para retomarem os trabalhos.
De acordo com os planos de contingência, que todas as unidades de ensino precisam seguir para voltar ao trabalho presencial, os equipamentos essenciais para o início das aulas são máscaras, face shield, borrifador, termômetro, avental e álcool gel. A prefeitura disse que não tem uma data específica para o envio dos materiais, mas afirma que as unidades vão receber antes do retorno presencial. Segundo a direção das creches, a volta está prevista para o dia 5 de abril.
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Enquanto isso, as unidades aproveitam esse tempo para organizar o espaço físico. A maioria dos trabalhadores e das creches esperam a assembleia dos servidores que acontece nesta quarta para decidir sobre os próximos passos e posicionamentos.
Trabalhadores X Prefeitura
A secretaria de Educação afirma que a prefeitura de Florianópolis entrará com um pedido na Justiça nesta quarta-feira para declarar a greve ilegal. O Sintrasem, em nota, afirmou que já esperava essa ação do executivo de Florianópolis e que também quer o retorno das aulas presenciais, desde que haja garantia de segurança.
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— A categoria também quer o retorno presencial. Não defendemos as aulas remotas, como a prefeitura insiste em insinuar. Mas não há como fazer esse retorno em uma escola ou creche sem garantias de segurança, pois isso só vai acentuar a gravidade do problema que a cidade enfrenta. Quem define os rumos do movimento são os trabalhadores — escreveu o sindicato.
Entrave na Justiça
No dia 16 de março, as 22 cidades da Grande Florianópolis decidiram adotar novas restrições para tentar conter o avanço da pandemia de coronavírus na região. Uma das medidas foi a obrigatoriedade das aulas remotas. Porém, a Justiça determinou o retorno imediato das aulas presenciais.
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Dessa forma, nesta semana, a Grande Florianópolis voltou a seguir o decreto estadual e as aulas começaram a retornar de forma presencial nesta quarta na Capital.
*Com supervisão de Raquel Vieira
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