O primeiro dia de uso obrigatório das novas placas de modelo Mercosul em Santa Catarina foi de confusão em várias cidades que ainda não têm empresas credenciadas para a confecção. O novo modelo, já em uso em outros Estados como Rio de Janeiro e Paraná, é obrigatório a partir desta segunda-feira (3) em Santa Catarina para o primeiro emplacamento de veículos novos ou no caso de transferência de cidade.

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Para poder confeccionar as novas placas Mercosul, as empresas precisaram fazer um credenciamento com o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), no entanto muitos deixaram para a última hora e ainda não estão autorizados. E até mesmo as empresas que se adiantaram e buscaram o credenciamento registraram problemas e atrasos nesta segunda-feira.

Em Florianópolis, conforme o Detran-SC, somente uma empresa estava cadastrada para esse início de semana com a nova regra, mas mesmo com uma portaria publicada em Diário Oficial confirmando o credenciamento, o local ainda não tinha as autorizações necessárias no sistema federal para poder confeccionar a nova placa.

— Na prática nenhum carro novo está podendo ser emplacado em Florianópolis. A gente correu na frente para deixar tudo certo para não acontecer esse problema, mas mesmo assim aconteceu. O Detran mandou a portaria ao Denatran, que faz o credenciamento, e estamos aguardando a uma semana — disse Julio Cesar Fernandes da Silva, proprietário de uma estampadora credenciada de placas na Capital.

Segundo o Detran-SC cerca de 50 processos estão sendo analisados no momento, e pelo menos 80 empresas em todo o Estado já foram credenciadas — o que deixa uma grande parcela de Santa Catarina sem locais autorizados até o momento.

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— Teve estampadores que deram entrada antes, e esse processo tem que ser analisado pelo credenciamento, tem que ser feito vistoria in loco. Temos um quadro de funcionários não muito grande para analisar esses processos, por isso essa demora — explicou a gerente de registros de licenciamento de veículos do Detran-SC, Joane Toigo, em entrevista à NSC TV.

As regras do novo modelo

A nova placa passa a ser obrigatória em cinco situações: no primeiro emplacamento de veículos zero quilômetro, na transferência de propriedade de veículos em que haja mudança de município ou de Estado, na alteração da categoria do veículo, em casos de furto, extravio, roubo ou dano à placa, e, por fim, em casos que seja necessária uma segunda placa traseira, para identificar reboques, por exemplo.

Nas outras situações a troca da placa cinza pela placa padrão Mercosul não é obrigatória. O proprietário que ainda assim quiser optar pela substituição da placa cinza deve procurar a Ciretran/Citran do município onde o veículo está licenciado, levando o certificado de registro de veículo e o laudo de vistoria, e abrir o processo de conversão para a nova placa. O valor da mudança será de R$ 151,44.

O novo modelo de placa também tem três letras nos primeiros dígitos, mas a principal diferença é que o segundo número das placas antigas é substituído por uma letra. Com isso, as novas identificações ficam com três letras, um número, uma letra e mais dois números.

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Segundo o Detran-SC, a adoção da nova placa busca resolver o problema da falta de combinação de caracteres para as placas do país, que no modelo anterior começavam a ficar limitadas. Além disso, a mudança também deve auxiliar na integração regional, garantindo a livre circulação de veículos e de atividades produtivas, além de combater delitos entre as fronteiras por conta de um sistema de consultas em comum.