De um lado, está o crescente consumo de energia da população. De outro, a diminuição nos reservatórios das hidrelétricas. A situação das usinas é um alerta para o sistema de geração de energia, como lembra o diretor executivo da Associação Nacional de Consumidores (Anace), Lúcio Reis:
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– Não vamos ter racionamento, mas as usinas térmicas vão continuar a nos sustentar até que as chuvas se intensifiquem, o que deve acontecer antes de abril. Estamos com níveis inferiores do que nos últimos anos.
Uso de térmicas foi postergado
Os dados do Operador Nacional do Sistema (ONS), que coordena e controla a geração e distribuição de energia no país, mostravam que, na sexta-feira, a média dos principais reservatórios estava abaixo da metade. A assessora de gestão de riscos da Trade Energy, empresa de comercialização de energia, Regina Pimentel, explica que os casos de falta de energia estão se tornando comuns em função do nível baixo das hidrelétricas.
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– O ideal era que tivéssemos um sistema reforçado com outras opções de energia, porque estamos em um período de atraso nas chuvas no Brasil. Desde o racionamento, em 2001 e 2002, estamos com os piores índices de falta de potência para gerar energia.
Em nota, a direção do ONS reconhece que, desde setembro, a situação já indicava a necessidade de ligar as termelétricas, mas que a medida foi postergada para economizar.