A falta de chuva e as altas temperaturas colocaram em alerta produtores de peixes, arroz, banana e hortaliças em Joinville.
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A onda de calor considerada histórica em SC e a estiagem que ocorre desde a segunda quinzena de janeiro no Norte levaram a Fundação 25 de Julho a chamar técnicos e lideranças de cada uma das principais culturas para fazer um balanço dos problemas enfrentados, os prejuízos e direcionar medidas e recursos para amenizá-los.
-É um momento de alerta-, disse o presidente da fundação, Valério Schiochet.
Coube a ele a responsabilidade de chamar cada um dos técnicos para que o órgão possa fazer um levantamento completo dos prejuízos para a economia da cidade. Só na área e piscicultura, uma das mais atingidas por causa das altas temperaturas, há mais de três mil produtores espalhados pela zona rural da cidade.
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O problema é que a temperatura da água tem chegado a 34º C e a maioria dos peixes, especialmente a tilápia, uma das mais produzidas na região, suporta no máximo 30º C.
-Com uma temperatura alta assim, o oxigênio da água cai e o peixe morre-, diz Schiochet.
No caso da banana, a reclamação dos produtores é que a fruta amadurece muito rapidamente, causando prejuízos na comercialização. Quem colheu arroz nos últimos dias já sente uma série de fatores que comprometem a produtividade e, claro, o preço.
Em algumas áreas, apesar de o cacho estar visualmente perfeito, há muitas falhas, ou seja, em vez do arroz, há apenas a casca. Outro fator é a umidade do grão, que deve ficar entre 18% e 20%.
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Com os dias muito quentes de janeiro, a umidade caiu em muitas lavouras, o que provoca um arroz muito leve e volumoso, o que também reduz a classificação e o preço pago pelo produto. No caso das hortaliças, o problema é cumulativo. Além da falta de água em abundância em algumas propriedades, o calor também castiga e mata as plantas.
Segundo a Companhia Águas de Joinville, os rios que abastecem a cidade (Piraí e Quiriri) não estão enfrentando falta de água até o momento. De acordo com a empresa, o problema tem sido o alto consumo. Porém, muitos riachos e afluentes do Piraí, na zona Norte da cidade, já estão secando.
Em vez de um leito com água em abundância, alguns rios já estão com o fundo seco, com muitas pedras e areia seca no leito. A situação é preocupante porque não há previsão de chuvas para os próximos dias em todo o Norte.
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Só chuvas de verão pela frente
Quem não curte dias muito quentes e secos, terá de esperar um pouco mais pelo alívio da chuva e temperaturas mais amenas. Segundo o meteorologista Leandro Puchalski, da Central RBS de Meteorologia, a previsão para os próximos dias em toda a região é de apenas temporais dispersos, as famosas trovoadas de verão. Nada muito diferente do que as duas últimas semanas de janeiro.
-A primeira quinzena de fevereiro também deve ter máximas e médias acima do normal, além de pouca chuva e sensação de abafamento. Como em janeiro, o começo do próximo mês terá um clima excepcional pela duração das altas temperaturas, ou seja, pela quantidade de dias seguidos com calor extremo-, diz.
A semana toda deve ser chuvas entre o meio de tarde e início de noite, mas em poucas cidades de Santa Catarina.
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