Após um mês de falta de água na Grande Florianópolis, a Casan anunciou na manhã desta terça-feira (13) que o problema deve ser resolvido em 15 dias. Durante coletiva de imprensa, a companhia explicou que, nesse período, fará a instalação de três bombas no Rio Cubatão, que devem melhorar a vazão de litros por segundo da água. Atualmente, 70% do abastecimento na região é feito a partir do Rio Vargem do Braço, cujo manancial está entre 30% e 40% abaixo do normal. Com as novas bombas, caso a situação dos rios não piore muito, o desabastecimento atual na região será suprido.
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Segundo o engenheiro Joel Horstmann, da Casan, a companhia prevê ainda, para junho de 2020, o início da operação de uma nova adutora no Rio Cubatão. Os projetos estariam em andamento e o valor estimado para os trabalhos é de R$ 25 milhões. Conforme o engenheiro Fabio Krieger, a nova adutora no Rio Cubatão fará a Casan deixar de ser “refém” do Rio Pilões, que é mais suscetível às variações em tempos de seca.
Déficit de captação de água da Casan é de 450 litros por segundo na Grande Florianópolis
A Casan esclareceu que as regiões mais afetadas pela falta de água são os bairros que ficam em locais altos e pontas de redes em Barreiros, Serraria, Potecas, Picadas Sul e Forquilhinha, em São José; Três Riachos, Vendaval, Boa Vista e Saudade, em Biguaçu. No entanto, segundo a companhia, a falta de água é intermitente, ou seja, não afeta todos os bairros ao mesmo tempo.
Já em Florianópolis, o bairros mais afetados são Monte Cristo e Jardim Atlântico, no continente, e os bairros também ponta de rede, em especial as partes mais altas, no Pantanal, Itacorubi, Córrego Grande, Trindade e Serrinha, que integram a Bacia do Itacorubi.
— Estamos fazendo manobras operacionais 24 horas por dia, especialmente durante a noite quando o consumo é menor e podemos mexer mais na rede. Assim passamos água de pontos com reservatórios mais cheios para locais onde está faltando. Assim todos recebem água pelo menos em algum momento do dia — afirmou Joel Horstmann, engenheiro e superintendente regional de negócios da Casan.
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Ainda segundo a Casan, o déficit de captação de água nesta terça-feira era de 450 litros por segundo. Normalmente, são captados 2,6 mil litros por segundo e os dados mostraram que a capacidade da Casan estava em 2,2 mil litros. No Rio Pilões, a captação em dias normais é de 2,1 mil litros por segundo e, nesta terça, estava em 1,2 mil, ou seja, deficiência de 900 litros por segundo. Já no Rio Cubatão, podem ser captados até 850 litros por segundo, mas com o trabalho de bombas adicionais, a Casan conseguiu captar 1 mil litros por segundo só nesta terça-feira.
Segundo Horstmann, das três bombas que a companhia tem no Rio Pilões, somente uma está funcionando — as outras duas estão secas por conta do nível do rio. Por isso as três novas bombas serão instaladas no Rio Cubatão, que até o momento não teve variação em seu nível e tem capacidade para uma vazão maior de água.
Norte, Sul e Leste de Florianópolis não são atingidos pela estiagem
Ainda durante a coletiva, a companhia pontuou que não há falta de água no Norte, Sul e Leste da Ilha por conta da estiagem. No Norte, esclarece a Casan, o manancial do Aquífero dos Ingleses está reforçando a região dos bairros Saco Grande e João Paulo.
Já no Sul, há chance de problemas pontuais. Essa região é alimentada pelo manancial da Lagoa do Peri. Já no Centro, somente o Saco dos Limões, Costeira do Pirajubaé e Agronômica podem ser afetados pela estiagem, novamente nas partes mais altas.
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O município de Palhoça, conforme a Casan, já não é atendido pela companhia há 12 anos. A cidade tem o sistema gerido pela Samae, no entanto, compra água da Casan.
Moradores recorrem a abastecimento com carro-pipa
Há quase um mês os moradores da Grande Florianópolis enfrentam o abastecimento intermitente de água na região. Conforme a Casan, a falta de chuva, que provocou a estiagem no rio onde é feita a captação, é o principal motivo para a oscilação na prestação do serviço.
Em alguns locais, moradores relatam que a água tem chegado somente de madrugada. Em outros pontos, onde a situação se repete com mais frequência, como em condomínios no bairro Córrego Grande, na cidade de Florianópolis, moradores tem recorrido ao abastecimento com carro-pipa. A Casan possui sete caminhões que estão atendendo a população.
