Em 2013, o Ministério Público de Santa Catarina intermediou um acordo entre a Federação Catarinense de Surf (Fecasurf), o Sindicato dos Pescadores de SC (Sindpesca) e a Federação dos Pescadores do Estado. Segundo o promotor Daniel Paladino, o protocolo de intenções (nome do documento) teria o objetivo de encaminhar uma mudança na lei aprovada em 1995, ampliando o número de praias liberadas para o surfe.

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– Esse documento, no entanto, não substitui a lei – explica.

Além das praias Mole e Joaquina, seriam liberadas a Lagoinha do Leste, o Matadeiro, o Caldeirão (final da praia da Armação) e o meio da praia do Moçambique. Dois sindicatos assinaram o ofício, Fecasurf e Sindpesca, mas o presidente da Federação dos Pescadores, Ivo da Silva, se diz contra a mudança.

– Deveria haver uma maior compreensão dos surfistas nestes 75 dias. Não vou assinar algo sem uma conversa com os pescadores dessas praias e essa conversa não aconteceu – defende.

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Para a Fecasurf, o acordo já estaria firmado. O presidente da federação, Frederico Leite, diz que já conversou com os pescadores nas praias onde poderia ocorrer a mudança e que houve aceitação.

– Estamos orientando os surfistas para que deixem a prancha no carro e antes de irem para o mar conversem com os pescadores para ver se há possibilidade de surfar – diz Leite.

Segundo ele, além de prejudicar o treinamento dos atletas profissionais, a safra da tainha provoca o fechamento de escolas de surfe. De acordo com a Associação Catarinense das Escolas de Florianópolis, 30 das 35 existentes atualmente não podem atuar no período.

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