As festas de final de ano mostraram novamente a fragilidade no litoral de Santa Catarina para o turismo em massa, ou seja, uma estrutura precária voltada para o lucro máximo e rápido. Neste contexto, nos voltamos para nosso bem mais precioso, a água. Esse elemento, essencial à vida, é insubstituível e requer do poder público uma atenção muito maior do que a dispensada atualmente, tanto a nível municipal quanto estadual.

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Municípios que criaram suas próprias empresas de saneamento têm a oportunidade de dar passos mais largos para minimizar esse problema, pois têm autonomia em estabelecer ações locais direcionadas à reserva de água bruta, aumento da disponibilidade hídrica, conservação e recuperação dos mananciais e educação ambiental voltada para a redução do consumo.

Balneário Camboriú e Camboriú têm na Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú seu grande manancial, tendo ambos o dever de conduzir ações para o aumento da qualidade e quantidade de água na bacia. A Emasa, juntamente com parceiros como o Comitê Camboriú, tem desenvolvido o Projeto Produtor de Água nas zonas altas da bacia. Ele tem como objetivo preservar as nascentes e as margens do rio, pois sabemos que cada R$ 1 investido na conservação das zonas altas resulta na economia de R$ 3 no tratamento de água.

Ao mesmo tempo, no final do ano passado a Câmara de Vereadores de Camboriú votou contra um projeto que direcionava 1% da arrecadação para a conservação do Rio Camboriú, fato na contramão aos anseios da comunidade. Além disso, o município dragou o Rio Pequeno, destruindo o leito e as margens, sem nenhuma análise de impacto ambiental.

Assim, é o momento dos dois municípios apresentarem seus projetos para a conservação da Bacia do Camboriú, pois respeitar o ambiente é respeitar cada morador. O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú está à disposição para apoiar qualquer iniciativa dos municípios, sendo que já apresentou para ambos proposta de ações para os próximos cinco anos, que incluem projetos de educação ambiental, expansão do Produtor de Água, construção de um parque inundável para reserva de água bruta e redução de impacto de enchentes, entre outros.

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Agora é hora para os governantes mostrarem qual o nível de preocupação com a água dos municípios e sua principal fonte de renda, o turismo. Ou seja, preservar o ambiente dá lucro, basta querer.