O endocrinologia Carlos Eduardo Couri estará em Florianópolis para o XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes, de 9 a 11 deste mês, para apresentar os resultados de sua pesquisa. Ele apresenta uma nova solução para o tratamento de diabetes e fala sobre o estudo ao Diário Catarinense:

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Diário Catarinense – Os riscos que a quimioterapia impõe durante o tratamento são altos?

Carlos Couri – São. Como a imunidade tende a quase zero, falando de uma maneira mais simplificada, há riscos de infecções. Os pacientes que fazem o transplante precisam de acompanhamento intenso de médicos para evitar problemas graves. Dois dos nossos tiveram pneumonias, mas conseguimos tratá-los por acompanharmos de perto o quadro clínico.

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DC – O que faltaria para chegarmos à cura da diabetes?

Couri – Falta alcançarmos resultados definitivos. Nosso estudo não encontrou a cura, achou uma maneira de melhorar a qualidade de vida de quem usa quatro, cinco doses de insulina por dia. A pessoa não irá parar de controlar a alimentação, mas ganha uma liberdade maior sem ter a dependência das injeções. Mas é claro que as pesquisas não terminaram. Na verdade, não substitui e nunca substituirá uma alimentação saudável e atividade física regular.

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DC – O que você pediria ao Ministério da Saúde no documento que será assinado no congresso em Florianópolis?

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Couri – De que adianta termos grandes núcleos de pesquisa médica sem ter como aplicar os resultados Brasil afora? Precisamos que o Governo Federal entenda a importância de descobertas na área da saúde e que invista em infraestrutura e bons profissionais que atuem nesse sentido. O câncer, por exemplo, está avançando nesse sentido, já existe uma consciência maior, na minha opinião. Mas não pode ser uma coisa deslocada, só para algumas áreas. Saúde, entre outros direitos, é prioridade. Vamos pedir uma atenção maior para a diabetes, já que são 13.4 milhões de pessoas que sofrem disso no Brasil.

DC – Como foi feita a seleção dos 25 pacientes que passaram pela sua pesquisa?

Couri – Foram todos voluntários. E temos critérios de seleção: as pessoas precisam ter entre 18 e 35 anos e ter diabetes tipo 1 há menos de cinco meses. E claro, ter disposição de ir até o nosso centro em Ribeirão Preto, em São Paulo.