Um “falso engenheiro” foi alvo de buscas e apreensões por ter aplicado golpes em clientes que compravam imóveis em São Bento do Sul, no Planalto Norte de Santa Catarina. Ao todo, o empresário teria movimentado R$ 30 milhões em obras irregulares. 

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De acordo com informações da Polícia Civil, a comercialização dos imóveis teria sido feita com contratos fraudulentos, no qual o suspeito se apresentava como engenheiro civil utilizando número de Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) de outros profissionais e vendia o mesmo apartamento para mais de uma pessoa, que até o momento não receberam o imóvel adquirido. 

A apuração policial aponta que o empresário sequer tem formação profissional na área. Em outra situação, ele teria apresentado Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) inválida para ter alvará de construção com a prefeitura de São Bento do Sul.

Em um dos prédios construídos na cidade, a venda de apartamentos residenciais a diversas pessoas causou um prejuízo de quase R$ 13 milhões às vítimas. Conforme a polícia, os empreendimentos lançados e vendidos pelo investigado, todos irregulares, jamais poderiam ter sido comercializados. 

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O homem foi levado à delegacia de polícia e vai usar tornozeleira eletrônica. A Polícia Civil deve seguir investigando o caso. Ele pode responder por crimes de estelionato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, uso de documentos falsos e lavagem de dinheiro. 

Vítima comprou apartamento de quase R$ 380 mil

Uma moradora de São Bento do Sul, que preferiu não se identificar, foi uma das vítimas do golpe. Ela conta que comprou um imóvel no valor de R$ 379 mil e depois descobriu que o mesmo foi vendido para outra pessoa. 

Conforme ela, existia um acordo homologado com o Fórum para fazer o pagamento, mas o empresário não cumpriu o acordo. Segundo a vítima, o prédio está inacabado, tem problemas de construção e os custos estão elevados para fazer os reparos. 

— Um custo de manutenção que não estava nos planos para a gente. O custo preliminar é de R$ 3 milhões. O prédio não foi finalizado, falta elevador, piso, janela etc. Tudo está comprometido — lamenta.

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Ela afirma que há uma série de processos abertos contra ele, incluindo o pedido de regularização e indenização. 

Documentos, carros e dinheiro apreendidos

Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, o empresário teve documentos, celulares, computadores, relógios, um veículo e um guindaste. Somados, o valor se aproxima de R$ 630 mil. Os materiais serão analisados pela Polícia Civil.

Um outro automóvel, registrado em nome da empresa, também foi objeto de restrição judicial. A decisão judicial ainda determinou a retirada de R$ 13 milhões das contas bancárias do suspeito. 

O investigado também teve o  passaporte apreendido, ficando proibido de sair do país. Além disso, a empresa ficará suspensa para atividades econômicas e financeiras.

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