O site de relacionamentos Facebook voltou a receber críticas de ativistas de defesa da privacidade, após revelar uma nova política que poderia transformar dados e fotos dos usuários em peças publicitárias.

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O novo plano “expandiria dramaticamente o uso de informações pessoais para fins publicitários”, denunciaram nesta semana seis organizações de defesa da privacidade em carta endereçada à Comissão Federal de Comércio (CFC) americana.

A carta diz que as mudanças violam um acordo formalizado em 2011 com a agência de vigilância americana e insta a Comissão a “agir para impor sua decisão”.

Se as mudanças forem efetivadas, diz a carta, “os usuários do Facebook que pensavam que suas imagens e seu conteúdo não seriam usados para fins comerciais sem seu consentimento, agora descobrirão que suas fotos exibidas nas páginas de seus amigos endossarão produtos de anunciantes do Facebook”.

– Notavelmente, suas imagens poderiam inclusive ser usadas pelo Facebook para endossar produtos de que o usuário não gosta ou sequer usa”, continua a carta assinada pelo Centro de Informação para a Privacidade Eletrônica, o Centro para Democracia Digital, o serviço de defesa do consumidor Consumer’s Watchdog, entre outros grupos.

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O Facebook revelou as mudanças como parte de um acordo que se seguiu a uma ação coletiva sobre o uso dos nomes e imagens dos usuários nas chamadas “histórias patrocinadas”.

Segundo a carta, a política atual do Facebook permite a seus usuários limitar como seu nome e foto de perfil podem ser associados à publicidade.

Na nova proposta, indica o Facebook, “você nos dá permissão para usar seu nome, foto de perfil, conteúdo e informação em conexão com conteúdo comercial, patrocinado ou relacionado”.

Os ativistas afirmam que a medida permitiria ao Facebook virtualmente transformar todos os dados dos usuários em publicidade.

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– Há muito tempo o Facebook tem sido irresponsável com os dados dos usuários e confiado em configurações complicadas para confundi-los, mas estas mudanças propostas vão além disso- afirmou John Simpson, diretor de privacidade do Consumer Watchdog.

-O excesso do Facebook viola o acordo com a CFC, firmado depois da última grande violação de privacidade; se a Comissão quer preservar sua credibilidade, precisa agir imediatamente para impor sua decisão – continuou.

Também endossaram a carta as organizações Privacy Rights Clearinghouse, US PIRG e Patient Privacy Rights.

Encarregados do Facebook afirmaram que suas políticas não foram modificadas, mas elucidadas em uma nova linguagem.

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– Como parte desta proposta de atualização, nós revisamos nossa explicação de como coisas como o seu nome, foto de perfil e conteúdo podem ser usadas em ligação com anúncios e conteúdo comercial para deixar claro que você está dando permissão ao Facebook para seu uso quando você usar nossos serviços – afirmou um porta-voz da empresa.

– Nós não alteramos nossas práticas ou políticas de publicidade, apenas as tornamos mais claras para as pessoas que usam nosso serviço – emendou.