Facebook fecha seu primeiro dia de negociações na Nasdaq com valorização de 0,61%, com ações vendidas a US$ 38,23 dólares. A abertura de capital mais esperada para uma empresa de tecnologia foi a segunda maior operação deste tipo na história do mercado acionário americano, com a forte demanda se refletindo em uma grande oscilação para o papel durante sua primeira sessão de negócios. Com preço inicial US$ 38 dólares, os títulos da rede social chegaram a ser negociados pouco mais de US$ 42 dólares, marcando a forte oscilação.
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O grande volume de negócios, 472 milhões de papéis, foi um recorde, para uma oferta pública inicial. Mais de 421 milhões de ações do Facebook foram postas no mercado, a 38 dólares, gerando um valor de mercado 104 bilhões de dólares. Para efeito de comparação, o Google passou a valer 23 bilhões de dólares em sua estreia na bolsa, em 2004, mesmo ano em que o Facebook nasceu como um projeto em um dormitório estudantil da Universidade de Harvard.
A captação do Facebook foi de 16,02 bilhões de dólares, a segunda maior a história do mercado acionário norte-americano. Para Gerard Hoberg, economista da Universidade de Maryland, alguns compradores estão entusiasmados e outros, principalmente os profissionais da bolsa, demonstram certo ceticismo.
– Os profissionais em contato direto com as cifras por trás do Facebook têm mais dúvidas e isso está esfriando essa euforia – disse Hoberg.
Alguns analistas são cautelosos quanto à valorização da empresa, uma vez que sua capitalização esperada em bolsa representa mais de 60 vezes o lucro esperado para este ano e 40 vezes mais que o esperado para 2013.
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Em média, as ações do Nasdaq e da Bolsa de Nova York – onde serão negociadas as ações do Facebook sobre o símbolo FB – têm uma valorização que representa cerca de 20 vezes o lucro da empresa. O coeficiente de capitalização dos resultados do Google – competidor direto do Facebook – é de 18,5.
Além disso, a explosão do uso da internet móvel é um desafio para a mais nova empresa em bolsa, que deve tentar ampliar seus ganhos através de sua presença nas pequenas telas dos telefones móveis e tablets. O Facebook, que gera a maior parte de seu capital através da publicidade, afirma que mais da metade – 488 milhões – de seus 901 milhões de usuários acessam seus serviços através de um telefone móvel ou um tablet. Destes, 83 milhões utilizam apenas dispositivos móveis no lugar de computadores. Apesar de 82% da renda vir de anúncios publicitários, o Facebook reconhece que a participação dos aparelhos móveis nesse ganho ainda é pequena.
No IPO, Zuckerberg só vendeu as ações que lhe permitissem pagar seus impostos, ou seja, US$ 1,150 bilhão de dólares em títulos, conservando sua participação de 18,4% na companhia e de 55,8% do direito de voto.