Os efeitos da greve nacional dos servidores públicos afetam também a agroindústria de SC. Em consequência da paralisação dos auditores da Receita Federal, que fiscalizam os produtos para exportação, cerca de 24 toneladas de frangos e suínos ficaram presos, ontem, no Porto de Itajaí.

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O setor estima prejuízos diários de US$ 5 milhões enquanto durar a greve, e prevê o fechamento de fábricas na segunda-feira.

O diretor executivo da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Ricardo Gouvêa, esteve no porto e afirmou que nenhum contêiner tem sido liberado para exportação. O problema é que a indústria catarinense de carnes exporta, ao dia, 1,5 mil contêineres.

E, enquanto as carnes esperam no pátio do porto, é preciso conservá-las. O diretor executivo da Acav explica que as cargas precisam ficar 24 horas ao dia refrigeradas, e, por isso, conectadas à rede elétrica, o que acarreta custos.

Falta de armazéns afetará produção

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As carnes represadas freariam também, segundo Gouvêa, a produção nas fábricas e nas granjas integradas do Estado. O produto finalizado passaria do ponto, pela falta de locais para armazenar todo o estoque, e os animais esperariam demais até o abate, comprometendo o padrão dos cortes.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes de Santa Catarina (Sindicarne), Clever Pirola Ávila, afirmou que várias plantas industrias fecharão na próxima segunda-feira, devido à falta de armazéns para estocagem.

Segundo Ávila, as paradas deverão envolver mais de 10 mil trabalhadores. Ricardo Gouvêa completa que os funcionários deverão ser direcionados para cursos e treinamentos nesse tempo.

– Se o governo não está se sentindo pressionado pela greve dos servidores, nós estamos. Nosso setor está no caos – reforçou o presidente da Sindicarne.

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Para realçar a importância das vendas externas no faturamento das empresas, Ávila assinalou que 30% da produção avícola e 48% da produção suinícola catarinenses são exportadas.