Fabricantes de ovos de Páscoa investem em brindes como brinquedos e joias e até em ingredientes mais sofisticados

Ovos de chocolate acompanhados de joias, fones de ouvido, sem lactose ou para comer de colher. Quando o assunto é Páscoa, não faltam novidades e opções para atrair desde os pequenos, principalmente, aos mais grandinhos. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) apontam que são mais de 150 lançamentos nesta Páscoa.

A Arcor, por exemplo, aposta em novas versões de brinquedos para vender mais. As crianças estão no foco da marca que investe em novidades da linha Tortuguita, personagem líder em vendas no segmento de ovos infantis, segundo Nicolas Seijas, gerente de Marketing de Chocolates da Arcor:

– O licenciamento é uma forma de fidelizar o público a partir de marcas e personagens fortes reconhecidos no mercado – reforça.

A Lacta também tem focado no público infantil. Maykon Vieira, gerente de Marketing de Páscoa da Mondelez Brasil, detentora da marca, não revela como são definidos os lançamentos, mas afirma que há uma equipe responsável pelo desenvolvimento de embalagens e produtos. Dos brindes, parte da produção de brinquedos é importada, porém toda a linha infantil é exclusiva para o Brasil.

Ovos sem lactose, sem glúten e focado em atletas também estão em alta. Um deles é feito de Whey Protein, da Probiótica. Paulo Araújo, diretor-geral da empresa, conta que a marca já trabalhava há anos com o Choko Crunch, chocolate formulado com whey protein e que no ano passado resolveram investir no ovo, que esgotou rapidamente.

– Neste ano, produzimos três vezes mais e o produto esgotou em praticamente duas semanas. Utilizamos chocolate puro, de alta qualidade. Ele é mais nutritivo por conter whey protein em vez de açúcar e gordura – diz Araújo.

Alta do dólar impacta no preço do chocolate

Para driblar a alta do preço do chocolate, catarinenses podem optar por outros presentes na data. Pesquisa da Federação do Comércio de Bens e de Serviços e Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de SC aponta que o chocolate continua como o presente mais procurado nesta época do ano (90,6%), seguido pelo setor de vestuário/calçados (4,9%) e pelos brinquedos (2%).

Mas em 2014, esse número era de 93,4%. Grande parte dos catarinenses vai optar por ovos industrializados, 44,3%, seguido por chocolates industrializados, 37,1%. O que representa uma queda em relação a 2014, quando foram 64,1% e 54,1%, respectivamente.

Ivan Blumenschein, diretor de produção da fábrica Nugali Chocolates, em Pomerode, explica que o cacau, por ser uma commodity, está sujeito à flutuação constante de preços nas bolsas mundiais. Em fevereiro, a saca de cacau atingiu um pico de preço, mas nas últimas semanas caiu 10%.

– Existe uma tendência de longo prazo de valorização, pois há muitos países em que o consumo de chocolate ainda é baixo e tende a crescer bastante.

A Nugali produz cerca de 10 a 15 toneladas de chocolate por mês, porém, no período da Páscoa, esse número será ampliado e chega a 40 toneladas.

Ingredientes vão além do chocolate