O mercado brasileiro de tratores começará 2013 com mais uma opção. A LS Mtron, líder no setor na Coreia do Sul, entrará com tudo na briga por uma fatia dos consumidores de máquinas até 100 HPs, que respondem por cerca de 60% do mercado nacional. E a chegada da marca se dará por Santa Catarina.
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Trezentos veículos, com modelos voltados a pequenos e médios agricultores, serão importados a partir de janeiro. Eles vão abrir as portas para a produção local, que começará em julho, quando será inaugurada a fábrica da marca em Garuva.
A empresa tem o desafio de concorrer diretamente com a gigante Agrale, que atua com força no setor até 100 HPs, e com New Holland, Massey Ferguson, a catarinense Budny, entre outras.
O agricultor familiar é o perfil de consumidor que a LS tem como foco. A empresa chega ao país com a garantia de que terá preços mais atraentes – porque ainda não é conhecida por aqui – e especificações acima das concorrentes. Uma das vantagens é a transmissão, que já virá de fábrica com reverso 12 x 12 (12 marchas para a frente e 12 para trás), enquanto a concorrência utiliza o 6 x 2.
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Para espantar a desconfiança quanto à assistência técnica, a empresa investiu na garantia de que todas as peças serão repostas por, no mínimo, três anos, e em treinamento dos revendedores. A primeira aposta de concessionárias próprias será nos estados de SC, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Minas Gerais.
Para ter competitividade, a LS está investindo também em linhas de financiamento. Para garantir direito ao Finame, 60% das peças utilizadas na fabricação de todos os modelos serão nacionais, com fornecedores de SP e SC. O restante deve ser importado. No Brasil, os tratores terão que passar por adaptações devido ao tipo de solo. Para atender ao mercado, a empresa está fazendo testes de campo.
Unidade vai gerar cem empregos
A primeira fábrica da gigante sul-coreana LS Mtron fora da Ásia está em construção e tem previsão de ser concluída até julho de 2013. Inicialmente, a tecnologia continuará sendo desenvolvida nos escritórios coreanos de Seul e Jejong, cidade onde as máquinas são fabricadas. A intenção, segundo o vice-presidente, Kwan-Won Lee, é que estudos de design e engenharia sejam montados no Estado no momento seguinte.
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O modelo adotado vem sendo o mesmo da implantação da fábrica na China, responsável pela produção de 30 mil das 50 mil unidades/ano da empresa. A fábrica brasileira terá capacidade de produção de 10 mil tratores/ano. Para dar conta desta produção, serão abertas cem vagas de empregos diretos e 600 indiretos.
A fábrica em SC utilizará o mesmo modelo implantado na Coreia, com 14 estações de montagem. A parceria do governo do Estado com a empresa inclui incentivo fiscal de 3% de alíquota de ICMS pelo Pró-Emprego.
Fundada em 2008 como parte do grupo LG, a divisão de tratores cresce 30% ao ano, pretende faturar US$ 360 milhões em 2012 e aspira chegar a 2015 entre as cinco principais fabricantes do mundo. No Brasil, quer figurar entre as quatro maiores em 2017, com 15% do mercado.
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Nos planos para o futuro, estão a produção de máquinas injetoras e componentes de automóveis, com crescimento anual de 24% nas vendas, respondendo por 9% do mercado de tratores no Brasil até 2016.
James Kim, Chief Strategy Officer, reconhece que a tendência é a produção de tratores acima de 100 HP, dizendo que a fábrica em SC estará estruturada para esta demanda.
A intenção é atender primeiro o mercado interno, motivo pelo qual escolheram a cidade de Garuva – próxima aos portos de Itajaí, São Francisco do Sul, Itapoá e Paranaguá. Em um segundo momento, a empresa planeja exportar. Hoje, os tratores são vendidos para mais de 30 países.
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LS no Brasil
Números da empresa para a unidade em SC:
Investimento – US$ 30 milhões
Empregos – geração de 100 postos de trabalho diretos e de 600 indiretos
Produção – 10 mil unidades/ano
Área construída – 15 mil metros quadrados
Tamanho do mercado
No mundo: 1.147 mil tratores/ano
No Brasil: 50 a 70 mil tratores/ano de até 100hp