Surfista profissional Fabinho venceu quatro etapas do WCT durante sua carreira: Guarujá/SP em 1990, Biarritz, na França em 1991, Sunset Beach, no Hawaii em 1991 e Chiba, no Japão em 1992.
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Fabinho Fabuloso, como ficou conhecido é natural da Paraíba, mas depois de girar o mundo como surfista, fez de Florianópolis sua casa há 11 anos. O DC bateu um papo com o atleta sobre a atual geração do surfe brasileiro e a etapa da Califórnia do WCT, que tem Gabriel Medina como um dos favoritos.
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DC – Muito ansioso para ver essa reta final do WCT?
Fabinho – É algo que se espera muito tempo. Nossa geração já foi cobrada por isso. Agora os caminhos estão mais claros. Principalmente depois dessa vitória do Medina em Teahupoo. Agora basta ele fazer o dever de casa. Essa última vitória culminou com tudo que ele aprendeu. Depende dele e da concentração.
DC – Como foi a evolução do surfe desde a época de vocês?
Fabinho – A nossa geração foi a primeira que teve toda estrutura para correr o circuito mundial. Fechamos com patrocinadores, aprendemos e corremos atrás dessa responsabilidade de mudar a imagem do surfe brasileiro no mundo. Tivemos bons resultados, mas batemos na porta. Mas nós não tínhamos em mente como fazer um boa preparação física e de que era preciso viajar para treinar em grande ondas. Essa geração já tem isso incorporado e pratica desde cedo nesse nível. O surfe também evoluiu no aspecto físico e o Brasil soube entrar nesse ritmo. Outra vantagem que as ondas do Brasil favorecem para prática de manobras mais ousadas, como os aéreos. Essa geração soube equilibrar a ousadia das ondas menores e a técnica das grande ondas.
DC – Tu percebes que a geração de vocês é referência?
Fabinho – Sim. A gente tem noção que fizemos algo de importante. Para o Adriano fomos muito importantes. Para o Medina, acho que foi super importante o Adriano. Já ocorre essa troca de guarda, essa passagem. Nós fizemos o que podia ser feito, e fomos aprendendo conforme as coisas ocorriam. Ficamos amarradão que fazemos parte dessa história.
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DC – Tu acreditas que vamos ter um novo ídolo nacional?
Fabinho – Vai com certeza. Porque a evidência gera resultado. A mídia aberta nunca divulgou tanto e deve divulgar ainda mais. E isso é excelente. Fora do Brasil isso já existe. Estava nas Maldivas, e a imprensa internacional comentava e tinha reportagens sobre o Medina e sobre o Adriano Souza. E a partir do momento que pintar um título mundial vai ser outra história, e eu torço e acredito que seja esse ano. Será como quando o Guga Kuerten foi campeão. As bases do tênis mudaram. O surfe vai crescer muito.
DC – Qual a grande característica do surfista brasileiro?
Fabinho – Ele é guerreiro e tem a facilidade de aprender muito e muito rápido por causa dessa força de vontade. Temos também a característica de explosão em ondas menores, que favorecem aos aéreos. E por outro lado, temos consciência que precisamos aprender a surfar as ondas grande e tubulares, que os caras tem na porta de casa. Fico muito feliz de ver que outros surfistas internacionais tem como referência os surfistas brasileiros. Isso é algo demais. Eu nem imaginava isso, eu me inspirava nos caras de fora. Esse ano, agora, está diferente. E cada vez mais vamos ver estilos de surfe diferentes inspirados no surfe brasileiro.