Quando o locutor do Soccer City anunciou Kaká e ele apareceu no telão de braços cruzados, o estádio aplaudiu e gritou ao fundo do vespeiro das vuvuzelas. Estava certa a torcida. Kaká finalmente reapareceu ao mundo da Copa ao dar passes dos gols de Luís Fabiano e Elano e deslanchou tanto em campo que se envolveu num lance de provocação e acabou expulso. O bom guri saiu do sério. Foi apenas sua terceira expulsão na vida (outras duas, pelo São Paulo). Talvez por isso Kaká tenha-se declarado santinho ao final.
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– Recebi mil mensagens de apoio – declarou o atacante, que lembrou o o fato de ter classificado uma rodada antes numa competição equilibrada.
Quando se deu conta do excesso cometido, Kaká refugiou-se próximo ao goleiro Julio César, que o chamou para longe do árbitro e tentava retirá-lo da confusão. Era preciso que ele fosse mantido longe do burburinho armado com os jogadores da Costa do Marfim indignados devido à cena de Keita. Julio César comentou com Kaká:
– Ih, ele (o árbitro) está vindo.
Ao que Kaká retrucou:
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– Eu não fiz nada. Então, ele vai me expulsar…
Toda a confusão se criou em função do clima de beligerância instalado no jogo depois dos 3 a 0 da Seleção Brasileira. Pouco antes, Tioté dera uma entrada dura em Elano, que saiu carregado de campo, aos 30 minutos. E o próprio Keita fez falta violenta em Michel Bastos, levando cartão amarelo. Kaká também se envolvera em desentendimentos com Yaya Touré. E tomou um primeiro cartão justamente em lance com Keita. Depois, Kaká acusou os jogadores da Costa do Marfim de terem sido “desleais”:
– Não gostaria de comentar… Tivemos jogadas desleais e, assim, o jogo não fica legal. Eu deixei o braço para me proteger.
Robinho saiu em defesa do amigo. Disse que Kaká foi injustiçado ao sofrer o segundo amarelo, depois de o adversário ter batido bastante:
– O cara (Keita) simulou. Kaká jamais faria isso. Logo o Kaká – comentou Robinho, como se tratasse o colega como um anjinho em campo.
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Juan acompanhou Robinho. Mas deu ênfase ao seu duelo com Drogba, apesar do atacante ter feito um gol.
Contra Portugal, na sexta-feira, dia 25, Dunga pode usar Júlio Batista, o substituto original de Kaká. Mas também Daniel Alves ou Nilmar pode ocupar a vaga.
O lance foi assim:
Aos 39 minutos, Keita o assediou por trás e, irritado, Kaká fez menção de defender-se com o braço, mas também cutucou o adversário na altura do peito. Keita encenou. Levou as mãos ao rosto como se ali tivesse sido atingido e se quedou estatelado no chão. A cena merecia resposta urgente do árbitro, que até então mal conseguia controlar o número de faltas dos dois lados.