Se a gestão da Expoville estivesse nas mãos da Prefeitura de Joinville hoje, o custo anual para manter as instalações e a área externa do complexo seria de aproximadamente R$ 2,4 milhões. Este é o montante despendido pelo consórcio Viseu-Caex, o vencedor da licitação e responsável pela exploração do local desde 2012. O dinheiro faria falta aos cofres da Prefeitura. Ele supera, por exemplo, o investimento em 14 novos leitos e melhorias nas unidades de terapia intensiva e tratamento de queimados do Hospital Municipal São José, orçados em quase R$ 2,2 milhões.
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Este é um dos motivos que fazem a Expoville ser considerada um caso de sucesso para a Prefeitura, a ponto de poder servir de modelo para o futuro da gestão da Arena Joinville e do Centreventos Cau Hansen. Atualmente, o município gasta cerca de R$ 2,7 milhões por ano, somando os gastos de manutenção das duas instalações.
Além de gerar economia, outro atrativo do contrato da Expoville é que este prevê o repasse à Prefeitura de 7% da receita de cada evento captado. Em 2016, a parcela do governo foi de cerca de R$ 185 mil, utilizados no custeio da Fundação Turística, segundo explica o secretário de Cultura e Turismo, Raulino Esbiteskoski.
Cuidar de eventos é uma tarefa à qual a Prefeitura não consegue se dedicar, na opinião de Raulino. E, com o consórcio, a Expoville recebeu mais de 500 eventos desde 2013, movimentando a rede de serviços da cidade.
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– A concessão tirou um ônus das costas do município, não consigo imaginar o complexo voltando para as mãos do poder público – afirma o secretário.
Embora as possíveis concessões da Arena e do Centreventos ainda não tenham formato e projetos definidos ou tampouco a prospecção de investidores, a intenção do governo municipal é de se aproximar da iniciativa privada neste ano para exploração dos dois locais. Raulino acredita que o município não terá dificuldade para atrair parceiros.
Resultado distante do esperado
Em 2012, o consórcio Viseu-Caex se interessou pelo contrato de concessão com duração de 25 anos, terminando em 8 de julho de 2037, como diversificação dos negócios, um investimento de longo prazo. Ainda assim, a realidade se mostrou mais difícil do que o plano no papel. Assim que assumiu a Expoville, o consórcio se deparou com ação popular que pedia a suspensão do processo licitatório em função de questões ambientais. Ainda tramitando na Justiça, a ação impede o avanço das obras. Por enquanto, o investimento se restringiu a R$ 15 milhões, o equivalente a 42% do que foi previsto.
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– O negócio ainda não é lucrativo. A expectativa do consórcio na época da concessão era que o retorno do investimento ocorresse em dez anos, mas em função da crise econômica e os entraves causados pela ação popular, o retorno deve ocorrer só no final do contrato – diz o diretor comercial do consórcio, Luciano Coradi.