Lugar de passagem, lugar de paragem. Assim como a BR-101, retratada em imagens por Andrea Eichenberger na mostra Translitorânea, o Centro de Florianópolis é um local de trânsito e de parada. É o bairro onde todo mundo anda correndo, trabalha, mas também senta para olhar a vida passar na Praça XV, para se divertir no final do expediente, para passear. Nesta semana, quatro exposições de artes visuais com temáticas bastante singulares abrem em diferentes galerias da região central da cidade, um convite para abstrair a urbanidade.

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Em Translitorânea, a fotógrafa e antropóloga Andrea Eichenberger expõe imagens fotográficas captadas ao longo da BR-101 no projeto homônimo, contemplado com o prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais. Entre 2012 e 2014 ela percorreu em diferentes etapas os 4.542 quilômetros da rodovia e registrou a diversidade sociocultural do Brasil como foco na vida de tantos brasileiros que literalmente vivem na margem. Das centenas de fotos coletadas na viagem, 30 foram selecionadas pelo curador Michel Poivert, crítico e historiador da arte.

A mostra marca a estreia de um novo espaço expositivo na região central, a sala Mutações do Museu da Escola Catarinense. O prédio de 1922 foi recuperado no ano passado com a realização da Mostra Casa Nova. Como ainda precisa passar por restauração, a sala que durante o evento recebeu a intervenção do arquiteto Guilherme Torres foi mantida para sediar exposições de artes visuais até que a reforma seja concluída.

A sala Mutações ainda não terá edital para seleção de mostras, mas a coordenadora do Museu, a professora Sandra Makowiecky, já está recebendo propostas de artistas. Sem agenda definida, o espaço administrado pela Udesc tem novidades pela frente. Primeiro é a participação como sede de atividades da Maratona Cultural, que ocorre entre os dias 21 e 23. A outra boa nova é a abertura de uma cafeteria e lojinha até o meio do ano. O edital será lançado até abril.

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O quê: exposição Translitorânea

Quando: amanhã, às 19h (abertura). Até 11/4, de segunda a sexta, das 14h às 19h

Onde: Sala Mutações (3º piso) do Museu da Escola Catarinense (Rua Saldanha Marinho, 196, Centro, Florianópolis)

Quanto: gratuito

Informações: (48) 3222-9269

Fotografia-pintura que extrapola símbolos

Perto do Museu da Escola Catarinense, na galeria municipal Pedro Paulo Vecchietti, a exposição nadaTUDO, de Rodrigo Ormond, procura explorar a fotografia sensorial para além da documental. Conhecido pelos trabalhos que realiza no universo da moda, o fotógrafo aproxima a fotografia da pintura em imagens que aguçam os sentidos.

nadaTUDO reúne nove obras da coleção My melting Spring que ficarão plotadas nas paredes ou impressas em telas colocadas em chassis, aproximando os conceitos de intervenção e instalação.

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– A fotografia está muito batida em cima de retratar o real. O que mostro não são signos ou símbolos, quero deixar aberto para as pessoas sentirem – comenta o fotógrafo.

Nessa linha, Ormond mergulha no mundo das cores e as ressignifica, abstraindo formas e adicionando um ritmo particular aos traços – pintados não com um pincel e tinta, mas como o próprio sensor de sua câmera fotográfica.

– Tornou-se tão vulgar retratar o mundo porque hoje em dia todo mundo tem uma câmera na mão. Uso a experiência sensorial – não apenas documental.

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O quê: exposição nadaTUDO, de Rodrigo Ormond

Quando: até 17/4, segunda a sexta, 13h às 19h

Onde: Galeria Municipal de Arte Pedro Paulo Vecchietti (Praça XV de Novembro, 180, Centro, Florianópolis)

Quanto: gratuito

Informações: (48) 3324-1415

Figurinos e objetos de cena

A mostra foi contemplada com o edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura 2013 e vai além do registro histórico em imagens e vídeos. A instalação Ossos do Ofício, por exemplo, opera a partir de um osso da bacia de uma vaca utilizado na obra Formas de Brincar (2010).

Também estarão expostas as entranhas do grupo: o que está por trás da arte, nas reuniões internas, nas relações com os meios de produção e da sobrevivência de um coletivo artístico. Desde 2001 o grupo apresentou 10 espetáculos – muitos dos quais geraram curiosa comoção ou polêmica na cidade.

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Intervenções urbanas integram a exposição, como não poderia deixar de ser, e durante a abertura o grupo comemora seu aniversário de 13 anos com a ação Churrascão VI.

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O quê: exposição ERRO EX POSTO

Quando: 13/3, 19h (abertura). Até 18/4, segunda a sexta, 13h às 19h

Onde: Memorial Meyer Filho (Praça XV de Novembro, 180, Centro, Florianópolis)

Quanto: gratuito

Informações: (48) 3228-6821

Calendário egípcio

No Espaço Cultutal do BRDE, na Avenida Hercílio Luz, o artista Lorenzo Filho mostra todo seu fascínio sobre astrologia em Signos do Zodíaco. As 12 telas da exposição, que abriu na última segunda, são baseadas no calendário do egípcio Imhotep, elaborado em 2769 antes de Cristo.

O Zodíaco de Imhotep tinha 12 signos, cada um representado por um deus. A personalidade dos nascidos em cada período era um legado das características próprias da respectiva divindade. O destaque é para a força da representação através das cores. Os deuses ganham forma nas telas expressando misticismo e história.

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O quê: exposição Signos do Zodíaco

Quando: até 29/3, segunda a sexta-feira, 9h às 19h

Onde: Espaço Cultural Governador Celso Ramos – térreo da Agência do BRDE (Av. Hercílio Luz, 617, Centro, Florianópolis)

Quanto: gratuito

Informações: (48) 3222-8000