Este fim de semana oferece a última chance de ir à exposição Vai e Vem – Back and Forth no Museu de Arte de Joinville (Maj) antes que ela parta para o Canadá. Isso mesmo: as obras divididas entre a casa sede e o Anexo 1 da Cidadela Cultural Antarctica viajarão para o outro extremo das Américas para que a exposição seja remontada na cidade de St. Catharines, na região do Niágara.
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Ela fez parte de um processo de criação iniciado há mais de um ano, depois que a pesquisadora joinvilense Nadja Lamas conheceu o artista canadense Duncan MacDonald em uma residência no Uruguai. Desse encontro multicultural, veio uma proposta de troca entre países: Duncan chamou a canadense Ehryn Torrel (que atualmente mora na Inglaterra), enquanto Nadja convidou os joinvilenses Nilton Tirotti e Jefferson Kielwagen (que reside nos Estados Unidos).
Toda a concepção ocorreu online, com discussões entre os artistas, tendo Nadja como curadora, e, mesmo com todas as diferenças e distâncias, as obras dialogam entre si e se assemelham, com buscas pela memória, pelo sentimento de pertencimento e pelas relações entre tecnologia e perenidade.
Duncan – que é professor na Universidade de Brock, para onde a exposição será levada – trabalha com obras de audiovisual. Em uma delas, ele engatinha da casa até o local de trabalho, em referência ao papel de professor/profissional e à função que acabara de assimir, a de pai de uma criança que começava a engatinhar. Apesar da aparente simplicidade da ação – uma das primeiras na vida de uma pessoa – a ela o processo foi extremamente complexo e doloroso, deixando um resíduo de performance apresentado na instalação.
O joinvilense Nilton Tirotti também trabalha com a tecnologia em sua obra, mas utilizando o contraste entre a perenidade e a velocidade das mudanças no mundo atual na obra Um Permanecer. As relações de memória ainda aparecem em À Luz do Batismo, na qual o artista ressignifica um acontecimento importante da própria história.
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– A arte contemporânea também tem beleza, tem motivos para contemplação – avalia Nadja, referindo-se às dificuldades do público em compreender o estilo – Mas o foco de sua proposta é ir de encontro ao momento atual, conectado com a tecnologia, por exemplo, sem perder a conexão consigo mesmo.