Elas fazem o tipo difícil. Florescem apenas depois de cinco anos, consomem muita água no verão – e pouca no inverno, não gostam do frio, mas também não se sentem bem no calor. Uma flor não tão popular quanto as rosas e orquídeas, o antúrio, que mais parece uma folha colorida, ganha destaque em Joinville nas mãos de produtores e agricultores da Estrada da Ilha, no distrito de Pirabeiraba.
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Para dar a real importância para a espécie, eles até criaram uma exposição aberta ao público. A Feira do Anthurium chega à sua sétima edição e ocorre neste fim de semana.
Em uma conversa na Festa das Flores de Joinville, os amigos Nelson Holz e Renato Otacílio Seiler perceberam que o antúrio não ganhava a popularidade que merecia. Foi aí que eles resolveram cultivar. Renato já tinha mudas plantadas em casa e deu algumas sementes para o amigo.
– Primeiro fiz um canteiro. Quando percebi, já estava aterrando parte do jardim para cultivar mais flores -, contou Nelson. Hoje, ele possui aproximadamente dois mil pés em sua propriedade.
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Já Renato tem uma parceria com o filho de Nelson e também chega a cultivar cerca de três mil flores. Agora, ele investe em melhoramento genético. Naturalmente, o antúrio ganha o colorido através da polinização, que recebe uma ajudinha de formigas e borboletas. São cores como o vermelho, laranja, rosa, vinho, branco com detalhes cor-de-rosa e até verde.
– Levamos três anos para criar o cruzamento certo das flores, através do DNA da folhagem. Assim podemos cultivar flores da mesma cor -, explicou o agricultor, que espera alcançar o cultivo de 25 mil pés de antúrios.
A produção da flor, aos poucos, se espalha pela comunidade da Estrada da Ilha. Os amigos criaram em 2004 a Associação de Protetores da Agricultura Familiar de Pirabeiraba, que tenta evitar a evasão rural. Renato é o atual presidente. Uma das alternativas para o aumento da renda, foi justamente o plantio de antúrios.
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– A nossa cidade consome muitas flores. Somos conhecidos por isso. Em Campo Alegre, por exemplo, onde é mais frio, a planta não fica tão bonita. Pessoas de Londrina (PR) e até do Rio de Janeiro compram os antúrios de Joinville -, contou Holz.
Mangarito é destaque na culinária
Você sabe o que é mangarito? Com certeza os mais velhos já ouviram e até comeram este tubérculo, que parece uma batata pequena. A especiaria não é mais tão comum na culinária brasileira, mas na Feira do Anthurium, ele será ressuscitado. Nelson Holz voltou a cultivar mangarito há poucos anos e já sugeriu o plantio a outros agricultores da região.
– Já somos em oito produtores em Joinville. Para estimular o plantio, a associação vai oferecer um prêmio para aquele agricultor que produzir 500 quilos de mangarito -, relatou ele, que é vice-presidente da associação.
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Quem tiver interesse em experimentar o prato poderá comprar na feira durante o almoço. O preço deve girar em torno de R$ 17. Durante a tarde, ainda será servido um café colonial.
A expectativa dos organizadores é reunir pelo menos oito mil pessoas nos dois dias evento, o mesmo número de visitantes do ano passado.