A partir de segunda-feira, dia 5, e por todo o mês de junho, os joinvilenses poderão conhecer a história do Abrigo Municipal de Alienados Oscar Schneider, o primeiro local criado para abrigar pessoas com transtornos mentais na cidade. A casa, que funcionou de 1923 a 1942, foi inaugurada após a morte do ex-prefeito de Joinville que lhe dava nome. A ideia era oferecer um tratamento digno aos doentes mentais, mas não foi bem o que aconteceu.

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É o que contou a mestre em psicologia Mariana Zabot no livro Memórias da Loucura em Joinville: o (des)aparecimento do Abrigo de Alienados na cidade, lançado em 2015, a partir de uma pesquisa feita por ela com o doutor em psicologia Allan Henrique Gomes e seis estudantes de psicologia da ACE.

A partir da obra, Mariana recebeu novas informações e imagens, e pessoas que quiseram dividir histórias sobre o local. Com elas, foi montada a exposição fotográfica sobre o hospício no Arquivo Histórico de Joinville, com palestra em 9 de junho, às 19 horas. No dia do evento, haverá visita guiada na exposição.

O Abrigo Municipal pode ser considerado um símbolo da cidade sobre o último momento da história em que doenças mentais e deficiências físicas foram vistas como uma ameaça à comunidade e que, por isso, deviam ficar internadas. Em uma das fichas médicas encontradas pelos pesquisadores, por exemplo, a explicação para a internação de uma paciente era “ser muda”.

Quando fechou, na época da Segunda Guerra Mundial, o imóvel tornou-se uma espécie de cadeia para presos políticos — o que, no caso de Joinville, significava pessoas que falavam alemão, ou possuíam livros neste idioma. Os internos do Abrigo Municipal de Alienados foram transferidos para a Colônia Santana, em São José.

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Saiba mais histórias antigas sobre Joinville no especial Minha História, Meu Patrimônio

Agende-se:

O QUÊ: “Registros da clausura: o Abrigo Municipal de Alienados Oscar Schneider”

QUANDO: 5 a 30 de junho, das 8 às 18 horas, com palestra em 9 de junho, às 19 horas.

ONDE: Arquivo Histórico de Joinville (avenida Hermann August Lepper, 650).

QUANTO: gratuito.