Mulheres de Florianópolis se uniram para expor na internet relatos de assédios e relacionamentos abusivos. A hashtag #ExposedFloripa chegou na tarde desta sexta-feira (22) ao quarto lugar entre os assuntos mais comentados do Twitter, com mais de 10 mil publicações.
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Segundo usuários do Twitter, os relatos começaram a surgir após uma publicação de um rapaz com um cão com as orelhas cortadas. As críticas ao procedimento, considerado ilegal pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) se feito apenas com fim estético, logo deu origem também a relatos de garotas denunciando assédio do rapaz.
A partir daí, outras mulheres também se sentiram encorajadas a relatar abusos, assédios e experiências que tiveram em relacionamentos abusivos com a hashtag #ExposedFloripa. As denúncias envolvem desde desconhecidos até amigos e pessoas próximas do convívio familiar.
A visibilidade dos relatos também despertou a atenção da Delegacia de proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) de Florianópolis.
Polícia Civil já recebeu cinco denúncias após relatos
O delegado da DPCAMI, Gustavo Kremer, fez contato nas redes sociais com possíveis vítimas e conta que cinco pessoas já procuraram a Polícia Civil até a tarde desta sexta para denunciarem casos. Um desses casos teria ocorrido em São José e os demais, em Florianópolis.
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O número pode aumentar na próxima semana porque alguns advogados já entraram em contato anunciando a intenção de registrar outros casos na semana que vem.
Segundo o delegado, os casos estão sendo analisados caso a caso e, em princípio, não possuem relação entre si. Pelos relatos nas redes sociais, a casos que poderiam representar desde violência sexual a violência psicológica, maus tratos e ameaça.
– Vamos colher algumas informações e, se for o caso de estarmos diante de um crime, vamos instaurar procedimento policial parar apurar o caso – detalha o delegado.
O delegado faz um apelo para que as garotas procurem o serviço policial porque apenas a divulgação em ambiente virtual não é suficiente para que uma investigação seja iniciada.
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Kremer elogia a iniciativa das mulheres para buscar Justiça, mas alerta para que elas tomem cuidado e evitem expor informações como endereço e dados pessoais na internet para que a exposição não provoque outras consequências.
– A gente incentiva que elas sejam empoderadas, mas que também busquem o órgão competente para fazer a orientação – aconselha o delegado.
Como denunciar
Denúncias podem ser encaminhadas para a DPCAMI, na Rua Delminda da Silveira, 811, Agronômica, ou no telefone (48) 3665-6528, por meio de um boletim de ocorrência na delegacia eletrônica no site da Polícia Civil ou por Whatsapp, pelo número (48) 9 8844-0011.