A hashtag #ExposedFloripa usada por mulheres de Florianópolis para expor relatos de assédio e relacionamentos abusivos estimulou ações em outras cidades. No estado, jovens de Ituporanga, Taió, Rio do Sul e também de cidades de outros estados como São Paulo e Paraná, desde a última sexta-feira, 22 — quando o assunto foi parar entre os mais comentados do Twitter com mais de 10 mil publicações — têm usado as redes sociais para expor relatos e também dar apoio a outras vítimas.
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A ação em Curitiba também apareceu entre os assuntos mais comentados do Twitter, com mais de 11 mil publicações.
— #ExposedCuritiba eu tô chorando vendo todos os relatos, sejam de amigas minhas ou não. Vocês são sinônimo de força! É desprezível viver em um mundo aonde insistem em ensinar as meninas a se proteger de assédio em vez de educar os meninos a não fazerem — relatou uma internauta.
O movimento catarinense segue o modelo de uma ação internacional que surgiu em 2017, o #MeToo. A hashtag começou a aparecer nas redes sociais a partir das denúncias de assédio contra o produtor de Hollywood Harvey Weinstein. O #MeToo ganhou força quando a atriz Alyssa Milano pediu às vítimas de assédio sexual que se pronunciassem, em demonstração de solidariedade as vítimas do diretor.
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Resposta a #ExposedFloripa
O delegado da Delegacia de proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI), Gustavo Kremer, diz ter feito vários atendimentos após os relatos nas redes sociais, ele mesmo fez contato com possíveis vítimas. Kremer reconhece a importância de movimentos dessa natureza pois estimulam o conhecimento e a procura por ajuda.
— O que é interessante é que outras meninas vieram trazer casos aqui na delegacia após essa ação nas redes sociais. Não exatamente relatos relacionadas a algum crime, mas algumas situações mal entendidas — explica o delegado.
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O delegado reforça que as mulheres devem procurar um serviço policial porque apenas a divulgação em ambiente virtual não é suficiente para que uma investigação seja iniciada.
— Aqui na delegacia realizamos os atendimentos com a presença de uma psicóloga policial para tornar mais confortável para vítima.
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Como denunciar
Denúncias podem ser encaminhadas para a DPCAMI, na Rua Delminda da Silveira, 811, Agronômica, ou no telefone (48) 3665-6528, por meio de um boletim de ocorrência na delegacia eletrônica no site da Polícia Civil ou por Whatsapp, pelo número (48) 9 8844-0011.
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