Representantes de indústrias de carnes do Brasil estão confiantes da retomada das negociações entre Brasil e Rússia. Ficou acertado, de acordo com o Itamaraty, que o país apresentará em agosto uma nova proposta para esse mercado.

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Em teleconferência realizada ontem com negociadores dos dois países, o Brasil deixou claro que mantém a posição apresentada pela primeira vez em 2005: a de querer um regime único de tributação de importação da carne. Atualmente o maior importador internacional do produto tem um sistema de cotas, que privilegia carnes da União Europeia e dos Estados Unidos. O Brasil, maior exportador mundial, participa do sistema em conjunto com outros países. O que se vende fora dessa cota é sobretaxado em até 95%, levando o produto a chegar a um preço inviável ao consumidor.

– Essa é uma questão muito antiga e está na hora da Rússia parar de conceder privilégios. Privilégio é coisa do passado e é hora de limpar a mesa – afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína, Pedro de Camargo Neto.

A intenção russa de integrar a Organização Mundial do Comércio (OMC) este ano deve servir como moeda de troca para mudar definitivamente o esquema de importação de carnes por aquele país, avalia Camargo Neto.

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes, Roberto Giannetti da Fonseca, ressaltou que a aproximação é necessária, pois há uma dependência grande entre os mercados. Para o dirigente, o compromisso assumido pelos russos deverá ter resultado prático a partir de setembro.

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Com a possibilidade do fim das cotas de importação, a União Brasileira de Avicultura acredita na hipótese de triplicar a venda anual de aves para aquele país que, no primeiro semestre deste ano, foi de 48 mil toneladas.