As exportações catarinenses de carne suína aumentaram 50,8 % no mês de maio, em relação ao mesmo mês do ano passado, com faturamento de US$ 77,9 milhões, contra US$ 51,6 milhões de maio de 2018. Em volume houve aumento de 27 para 37,8 mil toneladas, num crescimento de 39,8%. Essa diferença indica que o preço da carne suína está mais valorizado no mercado internacional neste ano.
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Quem está puxando essa demanda é a China, maior produtor e maior consumidor do mundo, que enfrenta problemas com 138 focos de peste suína. Somente em maio os chineses compraram 83% mais do que no ano passado, com US$ 36 milhões. Isso representa 46% do faturamento com exportações de suínos do estado. Se somar com Hong Kong, que também faz parte da China, e que importou US$ 10,6 milhões e maio, o percentual sobe para 59%. Essa região administrativa diferenciada teve uma queda de 15%, provavelmente pelo direcionamento para os portos chineses.
O Chile foi o terceiro maior importador, com US$ 9 milhões, o dobro do ano passado. A Rússia foi o quarto, com US$ 3,3 milhões. Não voltou a ser o principal comprador, mas já voltou a ter sua importância no mercado, após suspensão no final de 2017 e início de 2018.
Destaques ainda para o crescimento de 428% do Japão, com US$ 1,4 milhão, o Congo com 1023%, e vendas de US$ 572 mil, e o Vietnã, com US$ 1,2 milhão, registrando um crescimento de 1839%. Assim como a China o Vietnã também enfrenta focos de peste suína.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), já foram eliminados 3,4 milhões de suínos na Ásia. O analista do Centro de Socieconomia e Planejamento Agrícola da Epagri, Alexandre Giehl, estima que esse volume seja ainda maior.
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– Há estimativas não oficiais de que já teria sido eliminados 20% do rebanho chinês, algo sem precedente na história da suinocultura chinesa e mundial- disse Giehl.
Essa demanda por suínos também está fazendo crescer a demanda por outras carnes, como a de frango e bovina.
O secretário de Agricultura do Estado, Ricardo de Gouvêa, disse que este cenário gera oportunidades e desafios. As oportunidades são de investimentos. Agroindústrias catarinense estão ampliando investimentos.
Aurora investe R$ 220 milhões em ampliação do abate
A Aurora Alimentos está fazendo um investimento de R$ 220 milhões para dobrar a capacidade de abate do FACH 1, localizado no bairro Efapi. A partir de outubro unidade vai passar de cinco mil para 10 mil cabeças por dia até maio do ano que vem. Devem ser contratados mais dois mil funcionários.
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Essa demanda também está refletindo no preço pago ao suíno para os produtores. O preço base pago por algumas agroindústrias, que estava R$ 2,90 por quilo (sem incluir o bônus de tipificação) no início do ano, chegou a R$ 3,70 nesta semana.
A Bolsa Brasileira de Suínos, que iniciou no ano passado com cotação de R$ 3,27 por quilo de suíno vivo em Santa Catarina, agora está em R$ 4,32, numa valorização de 32%.
O presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos, Losivânio de Lorenzi, estima que o preço possa chegar a R$ 5,00 ainda no mês de junho. Ele afirmou que o momento é bom mas de recuperação depois de um período de crise. Também alertou para a necessidade de cuidar a sanidade de Santa Catarina, que representa quase 60% das exportações nacionais no ano.
O acumulado nas vendas dos primeiros cinco meses de 2019 é de 167 mil toneladas, 34% a mais do que de janeiro a maio do ano passado, e de US$ 319,8 milhões, num acréscimo de 40,4%.
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