O volume de exportações mundiais de mercadorias cairá 9% este ano, sofrendo sua maior queda em 60 anos, segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC). A contração será mais severa nos países desenvolvidos, nos quais ela ficará em torno de 10%. Nas nações em desenvolvimento, a OMC prevê uma queda entre 2% e 3%, mas com o agravante de que este setor tem uma incidência maior em seu crescimento global, acrescenta um estudo da instituição divulgado hoje.
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Na China, por exemplo, as exportações caíram 26% em fevereiro, em relação ao mesmo mês do ano passado, e 28% na comparação com janeiro. No relatório, que avalia o impacto da crise econômica e financeira no comércio internacional e as medidas adotadas pelos governos neste contexto, a OMC sustenta que embora o setor comece a dar “sinais de recuperação em fevereiro e março, as perspectivas para o conjunto de 2009 seguem sendo sombrias”.
O documento explica que a força da queda indica que, para que retornar ao nível anterior à crise, seria preciso um crescimento “significativamente superior à média”. No entanto, a fragilidade da demanda nos países desenvolvidos provavelmente impedirá uma recuperação sólida, reconhece a organização.
Para os especialistas da OMC, o principal risco é de que nestas circunstâncias os governos “continuem cedendo às pressões protecionistas”. “Isto agravará a contração do comércio mundial e diminuirá a confiança em uma recuperação adiantada e sustentada”, afirmam.
Um risco adicional é de que medidas “temporárias” destinadas a proteger o emprego e o lucro empresarial “criem um leque de regras permanentes que inibam a competição”.
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Caso isto ocorra, as chamadas “pressões protecionistas” serão mantidas, inclusive depois da recuperação da atividade econômica, prevê o relatório.