A explosão em um prédio de Jurerê, norte da Ilha de Florianópolis, que deixou uma mulher morta no dia 25 de março, foi causada por um vazamento de gás na kitnet da vítima, concluiu a perícia do Corpo de Bombeiros Militares de Santa Catarina. Segundo o CBMSC, a instalação do edifício era irregular e a mangueira que conectava o fogão do apartamento estava vencida desde 2011. 

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A conclusão da perícia do Corpo de Bombeiros foram apresentadas em coletiva de imprensa no Centro de Pesquisa e Inovação do CBMSC, na manhã desta quarta-feira (16). Segundo o Fábio Fregapani Silva, que chefiou o trabalho no local, o vazamento de gás na kitnet, onde morava Helenita Pereira do Santos, de 56 anos, ocorreu por conta da mangueira que conecta a rede de gás do edifício com o fogão.  

O capitão explicou que foi identificada uma marca de ferrugem na conexão do fogão e uma rachadura na parede, que estava lá há bastante tempo. Segundo ele, a rachadura foi aumentando gradativamente até ocorrer o vazamento. 

— O foco inicial foi o fogão. O vazamento se deu na mangueira que faz conexão com o fogão, pelo desgaste natural do material. A mangueira tinha validade de 2011, e precisa ser trocada a cada cinco anos — explicou. 

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Uma das bocas do fogão estava acionada
Uma das bocas do fogão estava acionada (Foto: Paulo Mueller/NSC TV)

Vítima foi encontrada em frente ao fogão

A partir da perícia e depoimentos de moradores e familiares da vítima, o Corpo de Bombeiros levantou duas hipóteses sobre a dinâmica do acidente. Segundo o capitão Fregapani, Helenita ligou para irmã por volta das 8h15 e avisou que estava com dor de cabeça e um pouco de tontura. Neste tempo aconteceu a explosão, por volta das 8h40. 

O corpo da vítima foi encontrado após 12 horas de buscas. Conforme os bombeiros, a mulher estava na cozinha, entre o fogão e mesa. Foi identificado que uma das bocas estava acionada, o que indica que ela estava usando o fogão no momento da explosão.

— Pensamos na hipótese de ela já estar intoxicada com o vazamento de gás e teria ido fazer fazer um café, porque ela foi encontra na frente do fogão com a chaleira. Então nós nos perguntamos por quê ela não sentiu o cheiro. Então talvez ela pudessa estar já com pouco atenção por causa do vazamento. A segundo hipótese que levantamos, que é menos provável, é que ela pudesse ter acordade com com sintomar de Covid, com perda de olfato — explica o capitão. 

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Bombeiros trabalharam cerca de 12 horas na operação
Bombeiros trabalharam cerca de 12 horas na operação (Foto: Diorgenes Pandini, Diário Catarinense)

Edifício irregular e falta de vistoria 

O edifício onde ocorreu a explosão tem uma área de 320 metros quadrados, e cerca de 270 metros quadrados foram atingidos. A perícia do Corpo de Bombeiros concluiu que a explosão aconteceu por conta da falta de manutenção e ausência de sistema preventivo contra incêndios no edifício. O local nunca havia passado por vistoria.  

— É uma instalação irregular. As instalações de GLP [Gás liquefeito de petróleo] eram precárias, não estavam em conformidade com as normas de segurança que a gente tem. Também não havia sistemas de prevenção contra incêndio — disse o capitão Fregapani.  

— Pela legislação de 2013, a obrigação de solicitar a vistoria é do proprietário. Se tiver denúncia, a gente vai fazer uma vistoria. Mas como não teve denúncia, nunca foi feita — explicou. 

Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, após a explosão em Jurerê em 25 de março, houve um aumento considerável de pedidos de vistorias em edifícios de Florianópolis. 

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