A explosão em Beirute, no Líbano, que causou a morte de mais de 100 pessoas na última terça-feira (4) tem semelhanças com um incêndio químico em São Francisco do Sul, registrado em 2013, e que virou notícia em todo país. O fator em comum pode ter sido o nitrato de amônio, substância usada como fertilizante.

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Segundo o presidente libanês, Michel Aoun, 2.750 toneladas de nitrato de amônio foram armazenadas por seis anos em um depósito sem a segurança necessária na região portuária de Beirute. A suspeita até agora é de que a substância teria causado a explosão. 

O nitrato de amônio é um fertilizante usado para a agricultura em todo o mundo, além de também servir para a fabricação de explosivos. Ele tem um grande potencial explosivo quando é exposto a temperaturas altas.

Incêndio atingiu galpão que armazenava fertilizandas à base de nitrato de amônio
Incêndio atingiu galpão que armazenava fertilizandas à base de nitrato de amônio (Foto: Salmo Duarte, Arquivo A Notícia)

No incêndio químico de São Francisco do Sul, houve uma reação química em um galpão que armazenava 10 mil toneladas de fertilizantes à base de nitrato de amônio, cerca de dois quilômetros distante do porto da cidade.

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O incêndio registrado em 24 de setembro de 2013 causou uma grande nuvem de fumaça – sem chamas – e as pessoas precisaram ser retiradas das casas localizadas em algumas regiões da cidade. A reação química foi interrompida após quase 60 horas, na manhã do dia 27. Foram mais de 200 bombeiros atuando para combater o incêndio – eles chegaram a ser homenageados pelo trabalho.

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O laudo apresentado pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) mostrou que a reação química foi causada pela umidade do ar e substâncias contaminantes que não puderam ser identificadas.

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Bombeiros trabalharam por mais de 60 horas para combater o incêndio
Bombeiros trabalharam por mais de 60 horas para combater o incêndio (Foto: Salmo Duarte, Arquivo A Notícia)

Danos ambientais

O laudo sobre o incêndio em São Francisco do Sul apontou também os danos ambientais causados na região. Com a ajuda de testes feitos na água, no solo e na vegetação, os técnicos mostraram que dois cursos d’água foram contaminados na região da empresa.

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O perito criminal Rafael Salum, na época, afirmou que a água ficou extremamente ácida, com resíduos de nitrato de amônio. A vegetação em volta do galpão também morreu.

No entanto, o laudo mostrou que não houve prejuízos financeiros nem à saúde da população. Áreas de manguezal também foram avaliadas, mas não foram encontrados produtos químicos.

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