No último dia 4, um funcionário com 25 anos de casa morreu na fábrica de Joinville da Tupy,a maior fundição da América Latina, após sofrer queimaduras por todo o corpo. Não foi o primeiro episódio. Funcionários e familiares ainda não esqueceram o ano de 2011, quando houve dois acidentes fatais no intervalo de oito meses. Mas o acidente que provocou mais vítimas de uma só vez ocorreu em 1998. A explosão de um forno matou dois funcionários e tirou a capacidade de andar de um terceiro.

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Em 1998, Sebastião de Souza Alves trabalhava dentro da fábrica da Tupy S.A quando presenciou este acidente. Sebastião era colega de trabalho das vítimas e não ficou ferido no acidente, mas o que ele viu demorou quatro anos para esquecer.

– Qualquer estouro, já ficava com medo e não queria mais chegar perto dos fornos.

Apesar do trauma, não pensou em abandonar o emprego. A Tupy, diz ele, é a única empresa de Joinville que paga integralmente o plano de saúde. Na época do acidente, tinha 15 anos de casa e um filho doente. A vida seguiu em frente. Aos 58 anos, chegou a 27 anos como funcionário. Os últimos oito foram dedicados ao sindicato dos trabalhadores, do qual é o atual presidente.

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A reportagem de A Notícia perguntou à Tupy sobre as melhorias implementadas na fábrica nos últimos anos, mas a fundição prefere não dar entrevistas porque está sob investigação.