Pelo menos 34 pessoas morreram, e 125 ficaram feridas, em um atentado com carro-bomba cometido na noite deste domingo (hora local) na praça Kizilay, no centro de Ancara – anunciou o gabinete do governador da capital turca em um comunicado.

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De acordo com o ministro turco da Saúde, Mehmet Muezzinoglu, o carro-bomba foi detonado em um ponto de ônibus.

“Trinta pessoas morreram na hora, e outras quatro no hospital”, declarou o ministro à imprensa, ao final de uma reunião de segurança convocada pelo primeiro-ministro Ahmet Davutoglu.

De acordo com uma fonte médica, os feridos foram transferidos para dez hospitais da capital.

A explosão aconteceu às 18h45 (13h45 em Brasília) nessa animada praça, onde há várias lojas e uma estação de metrô, e passam várias linhas ônibus.

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Muitas ambulâncias foram enviadas para o local, centro nevrálgico dessa metrópole. Imagens das emissoras turcas também mostram vários veículos calcinados.

Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque até o momento.

A Polícia turca mobilizou um forte dispositivo para bloquear os acessos à praça, sobrevoada por helicópteros, segundo um fotógrafo da AFP no local.

Neste domingo, o presidente francês, François Hollande, enviou “ao povo turco uma mensagem de profunda solidariedade, depois de um desprezível atentado que atingiu o centro de Ancara esta noite, causando um grande número de vítimas”.

“A França está ao lado da Turquia para continuar com ela a luta contra o terrorismo que atinge todos os lugares e deve ser combatido com a maior energia”, acrescentou o presidente Hollande, em um comunicado.

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Este atentado foi cometido apenas três semanas depois de um ataque suicida – também com carro-bomba – reivindicado por um grupo dissidente do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, separatistas curdos) contra ônibus que transportavam pessoal militar. Neste dia, 17 de fevereiro, 29 pessoas morreram perto do local da explosão deste domingo.

Três dias depois, esse grupo – os Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK) – assumiu a responsabilidade do ataque, garantindo que novos estavam por vir, sobretudo, contra os pontos turísticos turcos.

– Onda de atentados –

O presidente turco, o conservador islamita Recep Tayyip Erdogan, denunciou que o atentado de hoje foi cometido pelos combatentes curdos sírios das Unidades de Proteção do Povo (YPG), com apoio do PKK.

Saleh Muslim, chefe do Partido da União Democrática (PYD), que tem nas YPG seu braço armado, e Cemil Bayik, uma das lideranças do PKK, rejeitaram as acusações.

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Há vários meses, a Turquia se encontra em alerta máximo, após uma série de atentados letais, entre eles quatro ataques atribuídos pelas autoridades ao grupo Estado Islâmico (EI).

O mais sangrento deles aconteceu em 10 de outubro passado, cometido por dois suicidas. Ambos se detonaram no meio de manifestantes da causa curda, na frente da estação central de Ancara. O saldo foi de 103 mortos.

Em 12 de janeiro deste ano, 12 turistas alemães morreram em um outro atentado suicida no bairro turístico de Sultanahmet, em Istambul.

BA/eg/ra/cn/tt