Duas pessoas foram presas em Criciúma por suspeita de participação em um esquema de exploração sexual de transexuais e travestis. Essa foi a sétima fase da operação “Libertas”, que desarticula uma associação criminosa que age há mais de 10 anos entre Santa Catarina e Minas Gerais, diz o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

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Conforme informações do g1, dos oito mandados de prisão, três foram expedidos em Criciúma, nesta quarta-feira, 6. Os demais, em Minas Gerais. Porém, uma das pessoas que deveria estar no Sul catarinense fugiu do país e não foi encontrada.

Além das sete prisões efetuadas, três alojamentos foram interditados em Criciúma. Os detidos são suspeitos de seguir administrando o esquema de exploração e manter os espaços onde as vítimas viviam.

No ano passado, outra fase da operação resgatou as vítimas de alojamentos. À época, o Gaeco explicou que as trans e travestis moravam nos imóveis e se prostituíam. O problema é que elas eram exploradas, o que caracterizava trabalho análogo à escravidão.

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Segundo as investigações, a associação criminosa com sede em Criciúma e Uberlândia — onde todo o esquema teria surgido através da liderança de uma ex-vereadora —, tinha como objetivo estabelecer o monopólio da exploração sexual de travestis e transexuais. Para isso, os membros ameaçavam e agrediam aquelas que tentavam praticar a prostituição de forma independente.

As vítimas eram obrigadas a colocar silicone com cúmplices do grupo, em clínicas clandestinas. Com preços superfaturados, as mulheres se viam diante de dívidas que não conseguiam pagar. A promessa era de deixar os corpos das garotas de programa com características mais femininas.

O crime teria começado há 30 anos em Minas Gerais, dizem ainda os investigadores. Em Criciúma, o início teria sido em 2008, quando os primeiros alojamentos foram feitos e houve o “intercâmbio” de vítimas entre os Estados.

Os presos devem responder por associação criminosa, exploração sexual, manutenção de casa de prostituição, roubo, lesão corporal, homicídio, constrangimento ilegal, ameaça e posse e porte de arma de fogo.

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