Não houve ofertas para exploração de petróleo em águas de Santa Catarina nesta quinta-feira (7) durante o leilão da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). Dos 92 blocos ofertados para exploração, apenas cinco foram arrematados no evento que ocorreu no Rio de Janeiro.
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– Todos os blocos próximos a Noronha, no setor Potiguar, e também no extremo Sul do Brasil, de Florianópolis pra baixo, os blocos de Pelotas, não tiveram ofertas. (…) Com isso, garantimos o direito à vida, ao trabalho, redução de emissões fósseis e a garantia de que o mar é nosso e queremos um mar sem petróleo – declarou o presidente do Observatório Brasileiro do Petróleo Juliano Bueno de Araújo, em divulgação oficial.
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Os blocos que haviam sido ofertados estão localizados em quatro bacias sedimentares marítimas brasileiras: Campos, Pelotas, Potiguar e Santos. A Bacia de Pelotas é voltada para o litoral catarinense.
Os cinco blocos arrematados ficam na Bacia de Santos: dois no setor SS-AP4 e três blocos no setor SS-AUP4. De acordo com o G1, a arrecadação chegou a R$ 37 milhões em bônus de assinatura e a previsão é de que os investimentos cheguem a R$ 136,3 milhões. Várias empresas estavam inscritas para o leilão, mas somente Shell e Ecopetrol fizeram ofertas.
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O assunto tem provocado polêmica e reações de ambientalistas. Uma pesquisa do Instituto Internacional Arayara indicou que a exploração de petróleo, se efetivada, poderia causar a perda de 300 mil empregos da cadeia produtiva da pesca em Santa Catarina.
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Santa Catarina, assim como Pernambuco e Rio Grande do Norte chegaram a protocolar ações civis públicas na Justiça para tentar barrar o leilão. O Observatório Brasileiro de Petróleo atribui a falta de ofertas à maioria dos blocos à preocupação das empresas com perdas econômicas em eventuais ações judiciais decorrentes de danos ao meio ambiente.
O evento realizado nesta manhã foi a17ª Rodada de Licitações da ANP. A atividade estava prevista para 2020, mas foi adiada devido à pandemia.
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