A sociedade catarinense precisa saber o que motiva as ações criminosas e de uma resposta imediata das autoridades, sob pena de reedição contumaz dos episódios.
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Ainda sob o impacto da nova onda de atentados iniciada na sexta-feira à noite e preocupada com a segurança nas ruas, a população catarinense precisa saber os reais motivos das ações criminosas. Desde que os primeiros ataques a ônibus e a unidades policiais foram registrados, um sem-número de boatos e teorias conspiratórias tomou conta da internet, especialmente nas redes sociais, alimentando a desinformação, o desserviço e consequentemente o pânico. Além de promover uma ação oficial absolutamente integrada e que privilegie o trabalho de inteligência no combate rigoroso à movimentação do crime organizado, o poder público tem o dever de prestar contas ao cidadão – não obstante as reconhecidas limitações quanto à divulgação de informações sigilosas que poderia realmente atrapalhar as investigações.
Quatro meses após a histórica condenação de 80 pes- soas pelos ataques de 2012 e de 2013, é preocupante que o Estado esteja novamente sendo vítima de atos orquestrados de dentro dos presídios. Seja qual for a origem da violência – reação do tráfico de drogas contra a repressão policial, confronto entre facções, retaliação surgida em setores do sistema penitenciário etc. -, a repetição dos episódios aponta para uma ineficiência do modelo de inteligência das instituições que cuidam da segurança pública e para a necessidade de reestruturação e aperfeiçoamento urgente.
Em Criciúma, o agente prisional aposentado Luiz Carlos Dal’Agnol foi assassinado na noite de segunda-feira. Em Gaspar e em Chapecó, sargentos da Polícia Militar tiveram suas casas atingidas por disparos. Em Florianópolis, duas mulheres que esperavam num ponto de ônibus foram atropeladas por criminosos que fugiam da polícia após terem realizado um atentado contra uma base da PM.
Além da elogiável resposta das polícias, que agiram com rapidez na reação aos atos violentos, a sociedade precisa de explicações. Entender e corrigir as causas da barbárie é requisito básico para evitar a reedição contumaz desses episódios.
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