O cardeal Dom Leonardo Ulrich Steiner tem passado alguns dias na sua cidade natal, Forquilhinha, no Sul de Santa Catarina, onde tem recebido homenagens e aproveitado um tempo com a família. O bispo catarinense fez parte do Conclave que elegeu o novo Papa Leão XIV. Em casa, ele foi recebido por fiéis, amigos e familiares.
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No município ele participou do 37° encontro da Leonardo e Carlota Steiner no domingo (20), evento que reuniu mais de 100 descendentes, entre netos, bisnetos e tataranetos. Na ocasião, ele concedeu uma entrevista para a Pascom da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, de Forquilhinha, ele deixou mensagens à comunidade católica e contou como foi participar da eleição do novo santo padre da igreja católica.
— É uma experiência profunda. Não fomos apenas lá votar no papa. Existe uma longa preparação, é uma verdadeira liturgia, que começa com oração, depois com a ladainha de todos os santos e evocação do Espírito Santo, juramento e depois cada um dos votos era depositado na urna. É até emocionante quando você começa perceber “eu estou aqui”, que estava fazendo parte da história da igreja católica — relata Steiner.
Nomeado arcebispo da arquidiocese de Manaus pelo Papa Francisco, ele contou que já teve contato com o novo santo padre.
— O atual papa é um homem muito preparado, uma pessoa muito simples. Ele vem de uma diocese pobre, de um serviço com os povos indígenas — completa o cardeal.
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Na última sexta-feira (18), o bispo catarinense foi homenageado pela Câmara de Vereadores do município, com a trajetória religiosa reconhecida no mural “Filhos Ilustres de Forquilhinha”. A cerimônia reuniu autoridades, familiares e representantes da comunidade.
Uma infância simples no interior
Nascido em 6 de novembro de 1950, Steiner viveu a infância na colônia de Forquilhinha, com uma família grande, de 16 irmãos. Em meio a uma realidade de interior, ele brincava de pés descalços, fazia as tarefas de casa e ia para o colégio das Irmãs Escolares de Nossa Senhora, onde estudou até frequentar o seminário.
Batizado como Ulrich pelos pais Leonardo e Carlota Arns, o cardeal decidiu adotar o nome do pai, para facilitar a comunicação e a pronúncia, ainda quando estava em São Félix do Araguaia, no Mato Grosso. Ele foi o quinto cardeal catarinense, entre os seis, a ser nomeado à Igreja Católica.
A família Steiner teve origem no estado da Renânia-Palatinado, na Alemanha. Em 1863, Max Joseph Steiner emigrou para o Brasil acompanhado do pai, Peter Joseph Steiner, já viúvo da esposa Gertrud Kraus. Em solo brasileiro, Max se casou com Emma Rödius, imigrante de Hilden, cidade alemã. Mais tarde, o casal teve Georg Steiner, avô paterno de Dom Leonardo.
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Alice Steiner, irmã do cardeal, conta que Leonardo e todos os irmãos tinham suas responsabilidades na propriedade onde moravam. Eles tiravam leite das vacas, cuidavam das galinhas e até colhiam frutas frescas para a mãe preparar o tradicional schmier, uma geleia, que no Brasil se torno “chimia”.
— A família era grande, dezesseis filhos, mas havia muito respeito e obediência aos mais velhos. Hoje, olhando para trás, posso dizer com certeza: ele foi uma criança verdadeiramente feliz — completa.
Como hobby, Ulrich tinha — e tem — gosto pelo canto, em especial pela música Imaculada, além da canção Maria Zu Lieben, entoada inteiramente em alemão.
Veja fotos da infância e juventude de Steiner
O caminho religioso até o Conclave
Para a família Steiner, devota do catolicismo, rezar o terço todas as noites era uma tradição. Eles cultivavam uma forma de piedade, o Andacht, uma devoção contemplativa.
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Leonardo estudou filosofia e teologia no convento dos Franciscanos de Petrópolis e é bacharel em filosofia e pedagogia pela Faculdade Salesiana de Lorena. Steiner também é doutor em filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma.
Ainda em Forquilhinha, ele foi ordenado sacerdote em janeiro de 1978. Após a ordem, devido à formação em pedagogia, atuou em diversos projetos de educação. Entre 1999 e 2003, foi secretário-geral do Pontifício Ateneu Antoniano, em Roma. Ao voltar ao Brasil, foi nomeado vigário da Paróquia do Senhor Bom Jesus, em Curitiba, no Paraná.
Em 2005, foi nomeado bispo pelo Papa João Paulo II e assumiu a Prelazia de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso. Em 2011, foi eleito secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo auxiliar da Arquidiocese de Brasília pelo Papa Bento XVI.
Em 2019, Steiner se tornou arcebispo de Manaus e, três anos depois, foi nomeado cardeal pelo papa Francisco.
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