Os próximos dias devem ser decisivos para a Prefeitura de Criciúma, no Sul do Estado. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que Clésio Salvaro (PSDB), vencedor das eleições municipais em 2012, que não assumiu por ter a candidatura impugnada pela Leia da Ficha Limpa, deve ser empossado como prefeito da cidade. Mas, enquanto Salvaro aguarda sua diplomação, Búrigo espera pelo andamento de seu pedido para que o STF “reconsidere” a decisão.

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Nesta terça-feira, Clésio Salvaro (PSDB) foi a Florianópolis para agilizar a comunicação entre o Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) e a Justiça Eleitoral de Criciúma, em reunião que acontece nesta tarde. Segundo informações do STF, a diplomação só pode ocorrer após manifestação do TRE-SC.

A expectativa do ex-prefeito é de que a diplomação aconteça até quarta-feira. A cerimônia de posse pode acontecer ainda na quinta-feira.

::: Entrevista

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Se a mudança se concretizar, o atual prefeito, Márcio Búrigo (PP), assume como vice, cargo em que concorreu na chapa de Salvaro. Seria uma reaproximação forçada entre os dois. Aliados até as eleições de 2012, o tucano e o pepista estão atualmente com os laços políticos rompidos.

A decisão, de caráter monocrático, partiu do presidente do STF, ministro Ricardo Levandowski, que aceitou recurso da coligação de Salvaro. O argumento era de que o tucano já havia cumprido seu período de inelegibilidade (de 2009 a 2012) e que uma lei aprovada em 2010, que estende o período de punição de três para oito anos, não poderia ser aplicada a um processo já julgado.

::: Confira a íntegra da decisão

Logo que foi informado da notícia, Salvaro reuniu-se com lideranças políticas, familiares e amigos. Por volta do meio-dia de sexta-feira, recebeu telefonema do presidente do PSDB estadual, Paulo Bauer, parabenizando-o. Depois ficou combinado que o deputado estadual Dóia Guglielmi ficaria responsável por trabalhar na diplomação de Salvaro junto ao cartório municipal.

Aliados do prefeito cogitaram a possibilidade de Salvaro não assumir para um segundo mandato de dois anos, pois assim ele não poderia concorrer em 2016, ano em que disputaria por mais quatro anos à frente da prefeitura. Mas, após aval da família e pesquisa de opinião em Criciúma, ele confirmou que tomará posse.

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Na prefeitura, Búrigo reuniu-se pela manhã de sexta-feira com assessores jurídicos e com a cúpula do PP para decidir qual ação tomar. Logo foi identificado um “obstáculo” para contestar a determinação do STF: o atual prefeito é também, em tese, parte beneficiada da decisão, pois fazia parte da chapa de Salvaro em 2012. Mas na prática ele seria rifado. A saída foi fazer o partido assumir a briga.

Para o deputado estadual Joares Ponticelli, presidente do diretório estadual do PP, a sigla irá entrar com recurso na Justiça para contestar a decisão do STF. Informou que os advogados estão estudando o processo e juntando material. Em Brasília, o diretório nacional do partido acionou os advogados, que entraram com recurso para que Levandowski “reconsidere” a decisão.

De acordo com o site do STF, o pedido está nas mãos de Lewandowski desde a noite de segunda-feira. Uma nova decisão pode sair ainda nesta terça-feira.