Se era ou não o popular Fritz aquele jacaré que apareceu morto em um afluente do rio Cachoeira na sexta passada, em Joinville, é uma questão de palpite. Verdade é que o triste fim do animal gerou comoção na internet, tamanho o carisma do bicho na cidade (fosse ele o “original” ou não). Uma necropsia revelou que o jacaré não comia há mais de uma semana e poderia estar doente.

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A boa notícia é que, na manhã desta segunda-feira, outro jacaré deu as caras nas mesmas redondezas onde o Fritz costuma – ou costumava – tomar banho de sol no Cachoeira. Parece tão grande quanto o que morreu e, à primeira vista, cheio de saúde. Ficou paradão sobre um banco de areia enquanto o fotógrafo Salmo Duarte tratava de comprovar que não era uma miragem.

Ou seja, não foi um único jacaré que fez das margens do rio Cachoeira a sua casa nos últimos anos. Talvez dois ou até três deles aparecessem nas fotos, embora só o Fritz levasse a fama. Reportagens de “A Notícia” já citaram a existência dos jacarés Lacoste e Jaca nas mesmas águas poluídas, mas a dupla nunca teve a mesma popularidade. Provável que não andassem juntos, afinal, ninguém conseguiu clicá-los ao mesmo tempo.

Identidades à parte, a morte do jacaré na sexta e a aparição de outro nesta segunda deixam no ar a necessidade de se fazer um estudo da população desta espécie na região. Só catalogando um por um saberia-se quantos “Fritz” se exibem por aí. Não por mera curiosidade, defende a médica veterinária Ana Oliveira, mas por razões ambientais.

– O levantamento de fauna do rio apontaria quantos animais existem. Poderíamos identificá-los, ter mais controle, e até trabalhar a despoluição do rio. É importante conhecer a fauna e suas exigências. Tem espécies que são invasoras, por exemplo – explica Ana.

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Ela e a bióloga Daniela Lima fazem parte da clínica Dr. Selvagem, especializada em animais exóticos e silvestres, que realizou a necropsia no jacaré morto. As duas profissionais, agora, estudam como viabilizar o levantamento de fauna do rio. É trabalho para ser feito à noite, diz Ana, de barco e com foco de luz.

Concluída a conta, ainda seria preciso microchipá-los ou ao menos marcar as escamas. Apoio do poder púbico e da iniciativa privada será bem-vindo nessa tarefa.