O Brasil chegou a 21 medalhas na Olimpíada de Tóquio – sete de ouro – e alcançou sua melhor posição no quadro geral em Jogos, com o 12° lugar. Paris-2024 já é daqui a três anos. Em um bate-papo no “Giro Total”, da CBN Diário, Paulão do vôlei – campeão olímpico em 1992 – enaltece o grande resultado no Japão, mas reflete que há bastante o que se fazer pela cultura esportiva brasileira. 

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– Ainda nos falta muito quando a gente vê o Darlan Romani treinando em um terreno baldio, e o cara chega lá e fica em quarto lugar. Acho que está de grande tamanho. Se conseguirmos investir não 1%, mas 2%, vamos fazer um barulho nesse mundo. Ainda falta uma política esportiva – disse Paulão, que confessou ficar emocionado com o gesto do arremessador de peso catarinense em homenagem à filha durante a competição. 

O medalhista cita dados de que cerca de 86% dos jovens entre 16 e 19 anos no Brasil deixa o esporte, enquanto algo em torno de 99% dos atletas americanos são oriundos de universidades. “Sou defensor do esporte educativo. Acho que a educação física tem que ser diária. Aí, não é jogar vôlei, praticar judô, (mas) é a brincadeira, é a parte motora, é se divertir na escola. É uma política que temos que aprender”, defendeu Paulão.  

É preciso “lamber as feridas”, diz campeão olímpico de 1992

Antes mesmo do bicampeonato olímpico do futebol, o Brasil conquistou o primeiro ouro em esportes coletivos nos Jogos em Barcelona-1992. O time titular contava com Maurício, Tande, Geovane, Marcelo Negrão, Carlão e Paulão. Nesta segunda-feira (9), completa 29 anos desta conquista histórica para o nosso país. Em um domingo de Dia dos Pais, a equipe comandada por José Roberto Guimarães bateu a Holanda na decisão por 3 sets a 0. 

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Depois da geração da prata – que tinha como uma das estrelas Renan Dal Zotto, atual técnico da seleção masculina -, viramos o “país do vôlei”. Assim, como opina Paulão, ficamos “mal-acostumados” em ver nossas equipes sempre no topo. Em Tóquio, a modalidade (na quadra e na praia) contribuiu com uma medalha para o país – a prata no feminino (quadra). “A exigência fica lá em cima igual ao futebol”, declarou o medalhista.  

Meio-de-rede na conquista de 1992, Paulão disse que chegou a conversar com Renan sobre os centrais. Apontando um conjunto de fatores para o quarto lugar no vôlei masculino, Paulão lembra que as outras seleções geralmente crescem diante do Brasil, e que é preciso “lamber as feridas” para perceber os erros. Já no feminino, ele destaca que as americanas não deixaram as brasileiras jogar. “Mérito para os Estados Unidos. Foi um sonoro 3 a 0”, resumiu. 

Ouça a entrevista completa com Paulão do vôlei: 

O Giro Total é um programa esportivo da CBN Diário aos domingos, de 12h às 14h, ou depois da transmissão dos jogos pela manhã.

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